Título: Sangue Quente
Autor: Isaac
Marion
Editora:
Leya
Páginas: 256
R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula
por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus
companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele
consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de
pensamentos e saudade
Não tem recordações, nem
identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos. Após vivenciar as memórias de um
adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que
começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada
de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que
envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não
só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro.
Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre
estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa.
Este livro já começa pela capa,
que é espetacular e, para quem leu, percebe-se que conta subjetivamente um
importante aspecto da história. Assim que o vi na Livraria Cultura, decidi
comprá-lo.
Que livro antes foi contado da
perspectiva do "monstro" da história?
Outro atrativo para mim. Assim que li a sinopse, me interessei mais ainda. Como seria uma história de um apocalipse zumbi contado por um zumbi? No mínimo, interessante e intrigante.
Outro atrativo para mim. Assim que li a sinopse, me interessei mais ainda. Como seria uma história de um apocalipse zumbi contado por um zumbi? No mínimo, interessante e intrigante.
Marion foi muito feliz ao
escrever sua história. Ao contrário do que podia se pensar no começo, ele não
desestruturou a imagem de R., o zumbi, transformando-o em um
"humano". Ainda que pensem como humanos, todos os zumbis, agem pelo
instinto, e R. não é exceção.
O zumbi protagonista foi
humanizado até o ponto onde um zumbi podia ser humanizado, levando em conta
também a natureza diferente de R., mais inteligente que os outros, o que pode
até parecer ser um pouco forçado para que a escrita da personagem seja mais
fácil, mas não é. Afinal, grandes histórias acontecem apenas com pessoas
diferentes da maioria. Se Harry Potter fosse um trouxa ou até um bruxo sem um
passado diferenciado, não haveria história.
Violência na medida certa,
descrita de uma maneira que não deixa a leitura pesada, mas também não
transforma uma história de zumbis num conto de fadas, assim como o romance, que
não é meloso, mas sim intenso e diferente.
Um livro maduro, escrito para
jovens/ adultos, mas que fará você se apaixonar por ele logo nas primeiras
páginas, que fará você sentir afeto, gostar de um zumbi de uma forma que nunca
pensou ser possível.
Simplesmente uma ótima sacada
de Marion, e muito bem desenvolvida.
Recomendo.
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