Fixo meus olhos na lua, um disco
prateado no céu, recortado contra o negro do espaço infinito, encoberto pelo
cinza pálido das nuvens, mas apenas parcialmente. Em momentos, seus raios
azul-perolados rompem a densidade úmida da chuva que não caiu. Olhando para
ela, penso. Penso e repenso, imagino, desejo. Desejo poder estar lá, mais perto
dela para poder observá-la, sentado em um camarote de nuvens, sozinho, ou
então, não, mergulhado em pensamentos, ou talvez sentimentos.
Desejo, também, pisar em sua
superfície, para então olhara para cá a partir do seu ponto de vista, e ver o
azul, o verde, o braço, e, quem sabe, com sorte, poder observar uma tempestade,
um furacão. E então, flutuando em ares semi gravitacionais, virar-me para o universo
e contemplar sua infinitude negra. O negro, porém, é o que menos se deve dar
pra ver lá de cima.
Com o Sol às minhas costas,
nenhuma luz estará ente mim e as estrelas, e então poderei contemplá-las em
toda a sua grandiosidade, suas infinidades de pontos azuis piscantes, pulsantes
com a vida que emanam.
Como não posso (ainda),
contento-me em olhar a Luz daqui de baixo mesmo e, num local perdido do
interior, onde há mais natureza do que luzes, observar a densidade luminosa da
via-láctea e colocar minha mente para imaginar tudo de novo.
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