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18 de abril de 2012
15 de abril de 2012
Background Dragões
Background do livro "Dragões - A Origem dos Herdeiros da Luz".
Desenhado por Christian S. Saeki e editado por Gustavo R. Fragazi.
Backgrounds Herdeiros da Luz
Se você é fã dos Herdeiros da Luz, agora pode personalizar seu computador com os backgrounds desta série!
24 de janeiro de 2012
Nota do autor
Olá, queridos leitores!
Venho falar um pouco sobre a minha série de livros.
A série “Herdeiros da Luz” contará com uma trilogia
principal, cronológica, da qual o livro “Herdeiros da Luz – O Início da Guerra
das Sombras” é o primeiro volume, e também com dois livros complementares.
Dragões – A Origem dos Herdeiros da Luz não é a
continuação d’O Início da Guerra das Sombras, mas sim uma prequela (conta fatos
que aconteceram antes da história principal) de toda a história, contando o que
aconteceu antes do livro anteriormente publicado, como realmente a Guerra das
Sombras se iniciou, de onde os Dragões surgiram na Terra. Não fala, porém, o
objetivo deles. Isto, é claro, só será contado no final de toda a série.
Agora, vire esta página e mergulhe no
fascinante universo dos “Herdeiros da Luz”, onde a imaginação dita o que é a
realidade.
O primeiro livro, “O Início da Guerra das
Sombras” já foi publicado. O Segundo “Dragões – A Origem dos Herdeiros da Luz”,
que é uma das prequelas, está em processo de avaliação, o segundo livro da
trilogia, terceiro da série, está em processo de produção, temporariamente
paralisado, enquanto o quarto da série, a segunda prequela, está no início de
seu processo de criação. Por isso, peço que me perdoem caso os textos comecem a
ficar um pouco mais escassos aqui, pois o livro me tomará muito tempo.
Tentarei, contudo, suprir a demanda de textos do blog.
Abraços!
5 de dezembro de 2011
Sinopse - Dragões – A Origem dos Herdeiros da Luz
Próximo livro da série "Herdeiros da Luz"
Dois mil anos.
Há dois mil anos os Dragões surgiram das Trevas para destruir a Luz.
Qual o objetivo? Ainda desconhecido.
A maior batalha entre os mais poderosos opostos elementares se iniciou no centro dos universos, onde todos eles se fundem.
Luz contra Trevas. Um orbe contra os Dez.
A batalha de proporções épicas que iniciou a Grande Guerra das Sombras, a primeira e última guerra universal, parecia fadada ao extermínio total do Exército da Luz.
Quando tudo parecia perdido, a esperança não deixou de sobreviver. As sombras, porém, não desistiriam de lutar.
Milhões de anos-luz longe dali, a Guerra das Sombras assumiu um novo aspecto.
Ambos enfraquecidos, as Trevas ganharam um novo general.
A batalha saiu apenas do campo material e a Luz passou a contar com Aquele Que Sobreviveu e mais dois; com O Grande Mestre e seus Doze.
Juntos, lutarão até a inexistência, se for preciso, usando todas as armas que puderem dispor, mas sem nunca se esquecer da mais poderosa de todas:
O Amor.
Amor que atravessará vidas e séculos, indo muito além da morte, inspirando e derrotando exércitos, até que as almas possam se reencontrar.
E, deste amor, nascerão os Herdeiros da Luz.
1 de dezembro de 2011
Um Novo Projeto
(Prólogo de uma nova história que pretendo escrever)
Era uma vez uma casa.
Frase típica de um início de conto de fadas. Mas não posso dizer que esta história seja de fadas.
Talvez até exista uma fada nisso tudo, ou algo que possua a inocência e pureza de uma. Hum, acho que a conjugação do verbo “existir” deveria estar no passado. Retificando: Talvez até existisse alguém com a pureza de uma fada neste conto, que está muito longe de ser um conto de fadas.
Mas por que então começar com “Era uma vez”? Sim, é uma boa pergunta.
Acredito que essa seja a frase adequada para tentar definir A Casa em si. Por quê? Por que a última coisa que se pode dizer dessa casa é que ela é isso ou aquilo.
Talvez ela pudesse ser engraçada, mas apenas se você tiver um senso de humor um tanto mórbido. Tem tetos, paredes e chão, mas tais elementos dela também não podem ser denominados no presente de uma forma que você olhe para uma parede e possa afirmar “aquela é uma parede”. Isso não pode ser dito naquela casa, por que a parede pode não ser mais parede no instante seguinte, se é que um dia ela realmente existiu.
Então a melhor forma de defini-la que eu encontrei foi essa: Era.
Sim, porque uma coisa (talvez a única coisa) que podemos afirmar sobre essa casa é que um dia ela foi algo (talvez até mesmo uma casa). Em algum dia ela começou a existir, foi construída a partir de algo. Ela não pode simplesmente ter existido desde sempre. Por outro lado, desde que se tornou o que é, existirá para sempre.
Não sei nem se “casa” seria uma boa palavra para denominá-la. Ela é algo, isso é um fato, mas qual a natureza, localização, tamanho, intenção desse algo... Bem, eu não sei dizer. Talvez quem possa contar são as pessoas que acabaram entrando lá, mas...
Acho melhor começarmos logo com a história deste não lugar, desta casa ou do que quer que ela realmente seja. Por que, uma pessoa, contrariando tudo o que já houve, conseguiu contar um pouco da sua história, foi capaz de sair daquela casa, ainda que fosse apenas na forma de memórias em pedaços de papel.
29 de novembro de 2011
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos os que compareceram ao lançamento, e também àqueles que não puderam comparecer, mas que vibraram positivamente para que tudo desse certo, para que fosse um sucesso.
E qual é o real significado de sucesso? Números? Não.
Com certeza queria ter vendido mais livros, ter visto mais pessoas lá, mas isso não é o mais importante. O primeiro passo foi dado. O livro foi lançado entre amigos, as energias que estavam no local eram ótimas. Isso é o importante, o primeiro passo, o sair da estagnação, o iniciar a caminhada rumo ao sucesso, pois, eu acredito, é até lá que o livro irá.
Qual o segredo do sucesso?
Muito empenho + boas ideias + bons amigos, cada um dos três itens estando presente mutuamente nos outros dois, e isso, com certeza, eu tenho, além, é claro, de uma boa história, o que, modéstia à parte, também está presente.
Agora é batalhar para divulgar, vender, conquistar cada vez mais pessoas. Para aqueles que compraram, desejo uma boa leitura. Espero que gostem do livro, é apenas o começo, muitos outros ainda virão, podem ter certeza, e espero ver todos os que estavam no lançamento d’O Início da Guerra das Sombras também no lançamento do próximo livro, que se chamará “Dragões – A Origem dos Herdeiros da Luz”. Adianto que ele já está pronto e ao final da revisão da história. Depois disso, é mandar para a editora e esperar a aprovação. Vibrem para isso comigo, por favor.
Que os Herdeiros da Luz possam criar seguidores, adeptos, fãs, novos membros, em todo o país, para depois se espalhar para o mundo. Que um dia possam escrever nomes como “J. K. Rowling” e “J. R. R. Tolkien” na contra capa do meu livro, comparando minha história à deles.
Novamente, obrigado a todos.
Beijos e Abraços!
17 de novembro de 2011
17 de agosto de 2011
Como tudo começou
Visitem http://herdeiros-daluz.blogspot.com para saber mais.
Talvez você já conheça o começo da minha história. Se você já a tiver lido, ela começa em uma manhã comum na qual eu nunca cheguei à escola, para onde estava indo, de um dia já quase esquecido na minha memória, com imagens apagadas, meio irreais, parecendo um filme em preto e branco. Um dia de outra vida, um passado mais que remoto, quando a vida parecia quase simples e fácil.
As lembranças daquela vida aparecem na minha mente como se fossem de outra pessoa, não minhas, como se eu tivesse apenas escutado alguém me contar, como se não tivesse sido eu que as vivi. Não todas, mas muitas sim.
Hoje me lembro de outras coisas também – muitas outras coisas – coisas que na época que tudo isso “começou” nesta vida, eu não fazia ideia que haviam acontecido. Mas não será hoje que contarei a você essa parte da história. Hoje eu quero, eu preciso, contar o começo, pelo menos o começo que ainda pode ser lembrado. Quando tudo realmente começou, ninguém sabe.
Você pode acabar se perguntando: “Mas como você sabe como tudo começou?”.
Por enquanto só vou responder que as minhas informações vêm da fonte mais segura possível: o único sobrevivente.
“Sobrevivente?”, você deve ter se perguntado.
Sim, sobrevivente.
Sobrevivente da aniquilação, do fim de mundos, da destruição de um orbe, de um sistema, de um genocídio inter universal, do apocalipse.
Acho que não estou explicado muita coisa... Bem, vamos então determinar que o começo que ainda pode ser lembrado é realmente o começo, certo? Assim fica mais fácil de eu explicar e você entender as coisas, que já são difíceis demais em alguns pontos, inexplicáveis demais em outros, e praticamente irreais demais em todos eles.
Que tal se acomodar melhor? Se estiver em casa, sente confortavelmente no sofá ou na cama, deite, não sei, encontre a melhor posição pra você. Se estiver na rua, acomode pelo menos a sua mente para embarcar nesta história, para que ela possa abarcar todas as informações que parecem prover o fantástico. Mas apenas parecem, pois elas são todas reais. Ah, ia quase me esquecendo: se estiver na guerra, deixe para ler depois, pois você é fundamental nesta batalha. Afinal, ela está apenas começando, certo?
Posso perguntar o seu nome? É que assim criamos mais intimidade, então fica mais fácil de eu me explicar, não preciso ser tão formal.
Quer saber o meu?
É William.
Agora foque a sua mente e esqueça do que está ao seu redor. A realidade vai começar.
3 de agosto de 2011
Os Herdeiros da Luz
Quem seriam esses tais Herdeiros da Luz?
Às vezes eu também me pergunto...
Os Herdeiros da Luz surgiram meio assim, de repente, em um lance meio mágico na minha cabeça. Mas antes de eu falar deles, de todos eles, vou começar por um, pelo mais importante nesta história toda.
Não sei se alguma vez você sentiu uma vontade incontrolável de fazer alguma coisa, uma agonia que te queima por dentro, te deixando inquieto e disperso, justamente por você não saber o que fazer. É horrível, mas também maravilhoso. Você se sente capaz de fazer qualquer coisa, sabe que, assim que descobrir o que é aquilo, para o que a vontade está se voltando, gerará coisas além da imaginação. E então, em um belo dia, eu comecei a descobrir o que era. Eu estava lendo, e então tive a vontade de escrever.
Uma história, uma narrativa, um épico. Eu precisava escrever. Mas então veio um outro problema.
Sobre o que escrever? Que história contar?
Comecei uma ou duas, sem saber muito bem como começar. Lembro que uma delas começava com um príncipe fugindo de um castelo e enfrentando algumas criaturas mitológicas em menos de cinco minutos de história. Péssimo, joguei fora cinco minutos depois de escrever... Não me senti à vontade com aquela história. Então eu pensei e pensei, acho que passei uma semana pensando sobre o que escrever, que história contar, como começá-la...
Então veio a luz.
Dizem (e eu confirmo) que para você escrever qualquer coisa, para que essa coisa fique boa, você tem que escrever com o coração, deixar a inspiração te guiar. Como começar melhor, então, já que eu não sabia nada sobre escrever, nem como começar, do que contando uma história que já havia sido vivida dezenas de vezes na minha imaginação desde pequeno? Como começar melhor senão contando uma história que, querendo ou não, não deixa de ser meio verídica, mas totalmente verdadeira, no mundo da imaginação? Porque, pode ter certeza, não é porque algo passa apenas na sua mente que ele deixa de ser real. E naquele momento eu tinha a oportunidade, o desejo, a criatividade e o meio de tornar tudo o que já imaginei e desejei real não só para mim, mas também para os outros.
Eu decidi contar a minha história.
Vocês com certeza vão se perguntar: “Sua história? Mas como assim? Por acaso você sabe usar magia e tudo o mais?”.
Não, eu não sei. Ainda assim, não deixa de ser a minha história, a história que, de tanto se passar pela minha cabeça por tantos e tantos anos, se tornou real no mundo da imaginação. Porque, como contou um “amigo” meu (alguns autores conseguem escrever seus livros tão bem que é como se o leitor se tornasse amigo dos narradores das histórias), nós todos somos semideuses criadores e, tudo o que pensamos, se alimentarmos sempre, nunca deixarmos de dedicar nossa atenção para tal, cria vida em um universo de éter.
Então eu resolvi colocar essa história no papel, compartilhar com os outros. Mas ela não é apenas a minha história porque a escrevi ou porque é a parte escrita do mundo que imaginei. Ela é a minha história porque sou eu quem está lá, naquelas páginas, contando, pensando, sentindo, agindo e reagindo. Porque os sentimentos que estão lá são os sentimentos reais que estavam dentro de mim em cada segundo que gastei para escrever cada uma daquelas palavras, porque cada decisão tomada pelo William é exatamente a mesma decisão que eu tomaria se estivesse no lugar dele. Porque o William não é um personagem inventado.
Nasceu então, nas primeiras palavras escritas ainda à mão em intermináveis, centenas de folhas de papel, o primeiro Herdeiro da Luz.
A partir do momento em que o William tomou sua forma no papel, foi simplesmente inevitável que os outros personagens começassem a nascer e adquirir vida, que a história começasse a fluir e crescer, a existir.
E hoje ela está aqui. Pronta em sua forma ainda incompleta. Não posso dizer terminada, até porque milhares de palavras ainda precisam ser escritas para que eu possa pensar em escrever a palavra fim, palavra esta que não terminará coisa alguma, pois assim que eu a pronunciar, apenas terei acabado de começar uma história que nunca terá fim na minha imaginação e na de todos aqueles que a lerem e alimentarem, como semideuses co-criadores, o universo de éter que ela passou a ser, como talvez diria aquele “amigo” meu, pois ela estará viva na imaginação de todos os que a compartilharem comigo.
Eai, vamos mergulhar nesse universo comigo?
Acessem o evento de pré-venda:
26 de maio de 2011
Sinopse Herdeiros da Luz
Meus queridos leitores, venho vos informar que o meu livro vai ser publicado! *--*
O nome? Herdeiros da Luz: O Início da Guerra das Sombras.
Daqui há alguns meses ele já estará disponível para a venda!
Manterei o blog atualizado com as informações, se alguém se interessar em ler, só me falar ;D
ai vai a sinopse quase oficial!
Sinopse O Início da Guerra das Sombras
Em um mundo que sucumbe lentamente ao domínio das trevas, William descobre ser uma peça chave em uma guerra milenar. Pertence ao nosso mundo, mas lutará em uma guerra que vai espalhar terror e morte entre todos os universos através de dimensões que nunca imaginamos existir.
Na guerra contra os Dragões, a magia predominará de formas jamais vistas, gerando a morte e a vida. Todas as armas deverão ser usadas, mas, acima de tudo, haverá uma que decidirá a vitória ou a derrota dos Herdeiros da Luz: o amor.
Traído, perdido, reencontrado.
O amor mudará o rumo de uma guerra inteira.
Os Herdeiros da Luz somos nós, e todos aqueles que lutam pela paz e pela vida deverão se unir agora, sob a bandeira da Luz, e lutar, lutar e morrer, se for preciso, mas nunca desistir.
A palavra é acreditar.
Acreditar em si, acreditar no amor, e acreditar que quando morremos não desaparecemos, acreditar que daquele lado há os que desejam nosso fim, mas há também aqueles que nos amarão até o fim.
A guerra já começou. Você faz parte dela.
6 de abril de 2011
Do terceiro, um pedaço
Eu corria como nunca tinha corrido antes. A paisagem voava ao meu redor devido à velocidade. Depois de tantos anos de lutas pela sobrevivência, tanto minha quanto daqueles que amo, treinamentos exaustivos e guerras intermináveis, eu estava orgulhoso com o que tinha me tornado. Eram poucos os que podiam me enfrentar e viver por mais do que alguns minutos.
Quando eu decidia que alguém ia morrer, esse alguém morria.
Ainda assim, eu não era um assassino. Não gostava de matar. Matava porque era necessário, porque os mundos estavam em guerra e para que a guerra acabasse pessoas precisavam morrer. Tecnicamente não precisavam. Se eles se rendessem, eu não seria obrigado a matá-los. Mas poucos eram os que se rendiam. Até mesmo quando eu aparecia na frente deles, imponente, visivelmente poderoso na minha armadura refulgente, com meu enorme escudo energético e minha espada de cristal e oferecia à eles a rendição, muitos se recusavam e se jogavam contra mim, só para morrerem no segundo seguinte.
Fazia muito tempo que um homem comum não podia me oferecer resistência.
Já os magos eram outra coisa. Alguns homens, por exemplo, se rendiam quando eu tinha tempo para explicar o que estava acontecendo, até porque muitos deles não sabiam pelo que lutavam. Mas já os magos eram orgulhosos de seus poderes e nenhum nunca tinha se rendido. Por conseqüência, todos os que eu tinha encontrado até hoje tinham morrido, na maioria das vezes pelas minhas mãos.
Agora eu corria desesperadamente tentando impedir que o maior deles devastasse mais um mundo. Ele tinha me enganado, criado uma armadilha na qual eu tinha caído perfeitamente, mas eu não podia deixa-lo escapar. Não dessa vez, porque dessa vez era no meu mundo
Eu corria através de uma estrada abandonada há anos. A guerra tinha chegado logo em seguida de eu ter saído dali. Agora o mundo estava devastado. E agora eu sabia que corria diretamente para a verdadeira armadilha.
Ele havia atraído os nossos exércitos para um outro mundo e praticamente ao mesmo tempo, iniciara um ataque contra o meu, pois sabia que não tínhamos como deslocar o exército tão rapidamente, ainda mais em meio a uma batalha. Ele sabia que eu correria para socorrer o meu mundo. Ele sabia que eu ia sozinho. E eu também sabia de tudo isso. Ainda assim, eu ia.
Cheguei ao alto de um morro e parei. A cidade estava lá embaixo, vazia, sombria, silenciosa.
Vasculhei-a com meus olhos aguçados, procurando sobreviventes, inimigos, qualquer coisa, mas não via nada, nem sentia ou ouvia alguma coisa.
Senti um ódio descomunal dentro de mim. Ele ia me pagar por isso!
Agachei, acumulando energia nas minhas pernas, e saltei, usando o vento para ajudar a me deslocar.
Subi muito alto e percorri a distancia que faltava até a cidade rapidamente, passando por cima dos primeiros prédios enquanto ainda subia. Enquanto “sobrevoava” a cidade, ainda não via nada, nem mesmo uma pessoa, nem mesmo a presença de uma pessoa ou qualquer outra coisa viva eu sentia.
Desloquei as correntes de ar para me fazer descer. Entrei em um mergulho acentuado, indo de cabeça te o chão. Quando estava há apenas uns dez metros, girei no ar, ficando com as pernas para baixo, e cai com força no chão. O asfalto rachou embaixo de mim e o som reverberou por entre os altos prédios da cidade fantasma.
Ergui-me lentamente, a armadura semitransparente refulgindo com os últimos raios de um Sol que se punha. Eu estava sem capacete e podia sentir a leve brisa fria da noite que chegava.
Olhei para o horizonte, diretamente para o Sol. Uma sombra passou na frente dele.
Sim, eu tinha chegado à armadilha.
O Sol desapareceu, mergulhando tudo ao redor na escuridão. Olhei para cima e vi as estrelas brilhando no céu sem Lua. Agora eu podia ouvir as sombras se mexendo fugazmente no ar, ocultando momentaneamente algumas estrelas.
Refiz meu capacete, congelando a água ao redor da minha cabeça até o zero absoluto, me alimentando da energia que ela retirava do ambiente.
Ainda não podia ver nenhum deles com precisão, mas sabia que eles estavam ali, me rodeando, cada vez mais próximos, às centenas.
Ergui meu punho esquerdo acima da cabeça e mandei uma mínima quantidade de energia de ativação para o cristal que se encontrava ali. Ele brilhou fortemente em meio às trevas e o escudo se abriu. Abaixei o braço, sentindo a enorme quantidade de energia que pulsava ao meu lado praticamente sem peso algum. O escudo redondo emitia um brilho azulado que era sua própria constituição: luz e energia.
Antes de tudo começar eu precisava ver pelo menos quantos adversários enfrentaria.
Ergui novamente o escudo acima da cabeça, dessa vez segurando com as duas mãos. Concentrei a energia acumulada nele, preparando-a para liberá-la. Dobrei levemente os joelhos, uma perna à frente da outra, olhando para cima, ao redor. Quando estava no máximo da tensão, liberei a energia em uma explosão.
A luz azul viajou para todos os lados em uma cúpula de poder, iluminando centenas de metros ao meu redor. E em cada um desses metros havia uma sombra humanóide flutuando no ar na minha direção, deixando farrapos imateriais por onde passavam. Eram centenas e centenas, incontáveis, todas indo na minha direção, prontas para matar. Estavam por todos os lados.
Abaixei o escudo e puxei a espada, me colocando em posição de combate. Olhei ao redor, desafiando-as enquanto a luz se extinguia.
Era uma batalha que elas queriam? Uma batalha elas teriam.
E era eu que ia vencer.
Todas avançaram para mim no mesmo instante.
Saltei no ar com um grito que ecoou por quilômetros, explodindo em luz, pronto para uma batalha da qual as estrelas jamais se esqueceriam.
24 de outubro de 2010
Um mundo selvagem
Ainda não publiquei o primeiro livro (o que tenho certeza que vai acontecer), mas aqui está um pequeno pedaço do segundo... ^^ (ele não tem nome ainda..)
O redemoinho negro e vazio, opressor, acabou tão de repente quanto começou. Dessa vez não caí no chão. Apareci no meio do ar naquele novo mundo. Ou seria o mesmo? A aurora não estava mais ali. Nem mesmo a escuridão. Ao meu redor, uma fortíssima tempestade de neve caía dos céus. Tão forte era, que eu não conseguia ver nem mesmo alguns metros à minha frente.
Olhei para trás. O portal ainda estava lá, em seu vácuo misterioso, flutuando em meio ao ar, sua matéria girando lentamente em torno da força que a sustentava. Alguns flocos de neve entravam por ele e eram outros como esses que eu tinha visto lá no longínquo mundo dos elfos.
Novamente minhas runas saíram dos meus bolsos e ficaram orbitando o espaço ao meu redor. Aquele realmente não devia ser um mundo seguro. Mas eu estava confiante. Uma confiança cega gerada pelas minhas novas habilidades e capacidades e que poderia ser fatal para mim.
Com receio de anunciar minha presença a qualquer coisa que pudesse estar ali, evitei acender uma runa ou fazer a neve parar de cair ao meu redor para que eu pudesse enxergar melhor.
Meu coração batia com força, uma mistura de medo, receio e adrenalina. Comecei a caminhar, sem ter nenhuma noção de para onde seguir. Resolvi, não sei porque, continuar em linha reta saindo do portal. Enquanto aquela tempestade não acabasse, eu não teria como me localizar ou descobrir uma direção para seguir. Mantive o ar ao meu redor aquecido de modo que não morresse de frio e segui em frente com firmeza, andando rapidamente, sentidos completamente alertas para qualquer coisa que pudesse aparecer. As runas continuavam ao meu redor, pressentindo o perigo.
Há um bom tempo eu já não podia ver o portal e não sabia se podia encontrá-lo de novo. Na pior das hipóteses, eu estava preso naquele mundo.
Não sei exatamente quanto tempo eu andei, nem que distancia percorri, mas tentei seguir a linha mais reta possível. Ouvi então passadas muito rápidas se aproximando pelas minhas costas. Pareciam ser dois pares de pés compassados, o que poderia ser tanto duas pessoas como um ser de quatro patas. Apostei na segunda opção. A presença da criatura era grande – tanto física quanto mágica. Me virei rapidamente me preparando para enfrentá-la e fui surpreendido por algo gigantesco voando na minha direção. Estava rápido demais – incrivelmente rápido. Não consegui me desviar a tempo.
Ela me acertou em cheio no peito com uma força descomunal. Voei para trás e cai no chão de costas com um baque macio. A coisa estava rápida demais. Passou por cima de mim e foi cair mais longe.
Me levantei depressa, atordoado com a força do impacto. Eu podia sentir as patas daquilo no meu peito como se ainda estivessem ali. Cinco unhas grandes ao redor de patas fortíssimas e macias e que iam da minha clavícula até quase o fim das minhas costelas.
O animal já tinha se virado para me atacar de novo. Parecia um urso, mas era mais esbelto, o corpo bem mais magro e definido, forte, ágil. Um longo focinho cinza deixava expostos caninos tão longos quanto facas, mais afiados que uma espada.
As runas ainda giravam ao meu redor e eu me perguntei porque elas não haviam disparado. E também não disparavam agora.
O lobo estava de frente para mim, já correndo, preparando o próximo ataque. Não era um lobo comum. Realmente tinha quase o tamanho de um urso pardo, mais de um metro de altura, uns três de comprimento.
Era maior que o maior dos tigres.
12 de outubro de 2010
Pensamentos dispersos
Quando a cabeça fica sem pensamentos, é extremamente difícil produzir algo. Nenhum pensamento passa, estão todos estagnados, estáticos, cada um dormindo no canto que lhe é reservado da minha mente, sem produzir ou pensar. Tento animá-los, agitá-los, mas nada funciona, eles continuam nos seus lugares de descanso.
Luzes brilham por todos os lados, refletindo-se mutuamente nas sílicas espalhadas pela metrópole, nas nuvens que recobrem um céu luminoso.
A cidade dorme. Sinto sua inspiração, sua expiração, em cada movimento que realizo. Concentro minha mente e escuto os ruídos longínquos de mentes que trabalham, influenciando a minha a fazer o mesmo.
Lembranças de um lugar distante e querido, à pouco visto, mas há muito lembrado, brotam em flashes esparsos que teimam em trazer memória prazerosas e dolorosas, ambas ao mesmo tempo.
O cérebro continua na ociosidade passageira, imagino luzes que não iluminam. Dessa vez, na máquina não sopra sequer uma brisa...
Lembro-me dela... E também deles, e delas, e em como todos me fizeram felizes. Recordo momentos passados entre amigos que foram, amigos que ficaram e amigos que estarão para sempre.
Não é maravilhoso encontrar alguém que não se via há muito tempo em um momento totalmente inesperado, totalmente por acaso, em um dia que prometia ser como outro qualquer?
Alguns fatos da minha vida dariam um bom livro... ;D
Quantas histórias não podiam rodar em volta de tantas pessoas, de uma pessoa...
Cada palavra, antes de chegar aos dedos, surge quase que instantaneamente no cérebro, que repassa a informação sem nem mesmo avaliar o que está sendo transmitido, e é nisso que dá um momento de vontade sem idéias...
Queria falar sobre tantas coisas... Mas não consigo focalizar uma apenas, nem mesmo muitas. Não consigo focalizar nada.
Quero produzir! Só não sei o que, nem como, nem porque...
Porque seria?
Para provar que posso? Talvez, mas não é isso... Às vezes é apenas algo que mantém a cabeça ocupada e a impede de pensar em coisas que não seriam tão agradáveis no momento, ou que exigiriam demais de uma mente cansada.
As pálpebras começam a se fechar, mas o que eu quero mesmo é passar a noite inteira com os dedos em movimento. Talvez eu passe mais algum tempo por aqui...
Sabe, escrever é a maneira perfeita de conversar consigo mesmo. Às vezes algumas ideias teimam em não querer se desenvolver e frutificar na nossa mente, temos dificuldade de formular um pensamento ordenado. A solução? Escrever. Esse ato ajuda a organizar melhor as ideias e muitas vezes você acaba pensando e chegando à conclusões que não tinha imaginado antes.
Está com um problema? Escreva sobre ele, quem sabe a solução não vem pelas suas próprias linhas?
É um pouco estranho em como eu me sinto à vontade de escrever tantas coisas de mim em algo tão sem privacidade quanto um blog na internet... Mas eu sinto como se esse pequeno site fosse um amigo. Um amigo que não me faltou em nenhuma hora que eu precisei, seja por ter escutado meus problemas e ideias, seja por ter me trazido as sábias palavras dos meus amigos.
Já disse isso muitas vezes, mas eu amo escrever. Não vou desistir desse sonhos. Quem sabe, um dia, esse blog não vai receber alguns milhares de visitas a mais por dia, depois que eu conseguir publicar meu primeiro livro?
O segundo? Está entrando no forno agora.
Algumas palavras estão se formando no espaço ocioso da minha cabeça. Vou escrevê-las para que não as perca.
Está vendo? Acabei de descobrir mais uma coisa: está sem inspiração para escrever? Escreva um pouco, essa é a resposta!
Valeu!
;D30 de setembro de 2010
Um mundo de trevas
Vai aí um pequeno trecho do meu livro! nao sei quando publico, mas, se você se interessou, nao deixe de comprar quando sair!! ;D Herdeiros da Luz: O Início da Guerra das Sombras!
Olhei em volta para analisar o lugar e me virei em tempo de ver o portal desaparecer atrás de mim. Como eu tinha certeza que não ia conseguir usar outra runa em tão pouco tempo, comecei a caminhar. Não havia lugar visível para ir, então apenas segui em frente. Eu estava em uma charneca estéril; para qualquer lado que eu olhava só via desolação: poças de uma água suja e oleosa onde não se via uma gota de vida, árvores negras e mortas tombadas no chão ou precariamente equilibradas em suas raízes podres.
Se eu seguisse em linha reta chegaria a uma floresta densa e escura que parecia um tanto maligna. A morte certa parecia pairar sobre a floresta. Para qualquer outro lado que eu olhasse eu só via uma planície sem fim de pântanos e mais pântanos. Não era possível ver um raio de sol sequer, que estava oculto por nuvens densas e arroxeadas que estavam muito baixas, mesmo que parecesse ser dia. Em alguns pontos saíam jatos de um vapor fétido do solo, que parecia ser da mesma composição das nuvens.
Em alguns lugares o ar era mais pesado, quase irrespirável, venenoso, sem contar que era impossível seguir em uma linha reta se eu quisesse ficar seco, se bem que parecia ser quase possível andar sobre aquelas águas imundas. Parecia até um rio que passava pela minha cidade, o Tietê.
Então eu cometi o erro que quase levou à minha morte, mas que eu veria depois que teve seu lado bom.
Será que não havia vida naquele planeta aparentemente maligno? Peguei um galho e joguei em uma poça particularmente grande. O som molhado foi rapidamente abafado pela atmosfera carregada. A água parecia relutante, não queria formar ondas e as poucas que se propagaram eram oleosas e lentas e nem chegaram a alcançar as bordas. Logo a água estava impecavelmente parada novamente.
Mas a calmaria não durou muito tempo. Bolhas enormes subiam rapidamente à superfície. Ondas muito maiores do que as anteriores batiam nas bordas instáveis da pequena lagoa espirrando aquela água nojenta em mim. Me afastei, o coração batendo descontrolado. Eu havia despertado algo que deveria continuar no fundo daquele imenso pântano. As outras poças também se mexiam e percebi que eram todas interligadas por baixo e a terra que eu pisava flutuava sobre elas.
Comecei a sentir o frágil solo se mexendo em baixo de mim e desatei a correr para longe daquele lugar, indo em direção à floresta, que agora parecia mais convidativa do que aquele pântano abominável. De qualquer jeito, não havia como fugir; eu senti o solo afundar a cada passo que eu dava. Com certeza o que quer que estivesse dentro daquelas águas podia ver as minhas “pegadas”.
As águas começaram a se acalmar ao meu redor até que ficaram perfeitamente quietas novamente. Fui diminuindo a velocidade até parar, mesmo que todos os meus sentidos gritassem que, se eu quisesse sobreviver, tinha que continuar em movimento. Será que eu havia imaginado aquilo? A viagem podia ter confundido meu cérebro não é? Não podia ser, tinha algo embaixo de mim que agora devia estar preparando um ataque.
Esse pensamento me fez voltar a andar na mesma hora, mas parei logo em seguida, por causa do choque. Algo estava saindo de uma poça próxima. Seu corpo era comprido como o de um réptil e coberto de escamas de um verde moribundo, como um peixe, e bem magro também. Parecia até um ser humano que sofrera mutações.
Os olhos eram completamente negros em sua face sem expressão; era impossível saber se olhava para mim ou para o outro igual a ele que apareceu alguns metros atrás de mim. Suas cabeças eram um pouco maiores do que a de um homem e tinham, desde a lateral do queixo até o alto da cabeça, membranas de um verde mais claro, com pequenos ossos de sustentação que as deixavam abertas e saíam do crânio.
Do queixo também saía uma espécie de máscara cinzenta que cobria todo o rosto deles até chegar bem perto dos olhos e era dividia ao meio por uma fina linha mais escura. Não tinham bocas visíveis. Um pouco abaixo dos olhos, no centro do rosto, havia dois pequenos buracos, um de cada lado da linha divisória, que deviam ser usados para respirarem fora da água, pois tinham brânquias no pescoço.
Para qualquer lado que eu olhasse eu via pelo menos uma daquelas criaturas saindo de cada poça. Eles eram muitos, centenas eu acho. Não estava muito longe da floresta, então, antes que eles me encurralassem, eu peguei algumas runas de minha mochila e saí correndo. Na mesma hora eles começaram a perseguição. E tudo isso por causa de um galho...
15 de setembro de 2010
A magia está no ar!!
Assistindo ao filme “O Aprendiz de Feiticeiro” tive algumas idéias. Na verdade, apenas vi um jeito de organiza-lãs de uma maneira nova. Em um texto.
Para quem ainda não sabe, eu escrevi um livro. Quero fazer uma trilogia, então ainda falta um caminho a se percorrer. O nome é “Herdeiros da Luz: O Início da Guerra das Sombras”. Bem brisante, eu sei, mas gostei desse título.
A história do meu livro se passa no nosso mundo (no começo apenas), do jeito que ele é. A magia é um elemento principal, assim como idéias espiritualistas e científicas, como a teoria da multiplicidade de universos paralelos que co-existem com o nosso, impossíveis de se alcançar materialmente. Ok, explicando assim fica difícil, mas, quando ele for publicado, é só comprar que vai entender direitinho a história.
Sobre a magia:
Quis “criar” uma forma nova de magia. Em outros livros que abordam este tema, ela é um tanto impossível, irreal e imaginativo demais (dã, é magia neh!). Ok, é magia e, tecnicamente, é impossível mesmo. Mas não no meu livro.
Eu quis aproximar ao máximo a minha história do real, da vida. Lá, a magia é de todos, qualquer um pode fazer magia, basta apenas saber controlá-la (existem exceções, mas não vou falar aqui, quando o livro sair, você descobre! ;D).
Eu gostei da forma de magia criada no filme. Nas outras histórias, ela não tem muita lógica. Uma hora, secam as roupas com um feitiço, na outra, penduram a roupa lavada, ainda que um simples “limpar” elimine diversas sujeiras. E a matéria que estava ali? Desapareceu? É, tenso.
Sem contar que, nesta história aí de cima e em outras, a magia é algo para alguns apenas, para uma raça especial, ou pessoas “escolhidas”.
No filme e também no meu livro, a magia é baseada na ciência, lógica e se aproxima ao máximo de coisas possíveis.
Uma pequena definição, extraída do meu livro:
- Qual a definição de magia? – ele me perguntou sem rodeios.
A pergunta me pegou desprevenido. Eu estava esperando explicações, não questionamentos. Pensei um pouco sobre a pergunta. Definição de magia? Sonnior nunca tinha me falado nada sobre isso.
Olhei para Galdor enquanto pensava. Ele esperava pacientemente pela resposta, olhando-me serenamente.
- Bem, – comecei, um pouco hesitante – acho que magia seria a “habilidade” – coloquei aspas na palavra enquanto falava – de se controlar a energia. Quanto maior seu domínio sobre ela, mais coisas conseguirá fazer.
- Porque pensa desse jeito? – perguntou ele.
Mais uma pergunta inesperada.
- Acho que porque para qualquer tipo de magia, é necessário energia. – esperei que ele dissesse algo. Como o silêncio se prolongou, perguntei – Estou errado?
- Sim e não. – ah, agora sim fazia sentido. Ele esperou que eu abaixasse a sobrancelha que tinha levantado antes de continuar – Sim, porque, como você disse, para qualquer tipo de magia, é necessário utilizar energia. E não porque o domínio da energia não é o essencial na magia, e sim uma técnica necessária para sua execução.
Ele deixou que eu absorvesse as informações antes de continuar, como Sonnior fazia.
- Um definição simples, mas mesmo assim correta, da magia, seria uma frase um tanto conhecida: “A mente domina a matéria”. – é, fazia sentido – Para dominar a matéria – continuou Galdor, sem se interromper – a mente precisa da energia, porém a energia não faz nada sozinha, precisa de nós, da força de nossos pensamentos para moldá-la. Uma definição completa da magia seria: “a utilização da mente no domínio da matéria através do controle energético”.
Nunca tinha pensado naquilo antes. Eu podia ver, pela lógica, que ele estava certo.
- Tendo isso em mente – ele começou outra pergunta – o que é possível fazer com a magia?
Eu tinha acabo de chegar nessa resposta antes mesmo de ele perguntar.
- Tudo. – respondi.
Ele parecia ter percebido que eu tinha entendido as implicações do “tudo”. Mesmo assim falou.
- Explique.
- Tipo, se tomarmos a frase que você disse como verdadeira – eu tentava fazer as palavras acompanharem o pensamento, que já estava muito a frente – ela não deixa implicações para limites, apenas afirma que a mente domina a matéria – como eu sabia que não era essa a resposta que ele queria, continuei – Quero dizer, se você puder realmente “compreender” a matéria, entender como ela funciona e alcançar sua “essência” com a mente, sua menor partícula, cada átomo, poderá fazer o que quiser com ela.
Esperei pela negativa. Galdor sorriu e eu pude ver que dessa vez eu tinha acertado. Ele não fez nenhum comentário nem elogio, apenas voltou a perguntar.
- E como podemos fazer isso? – suas perguntas não acabavam?
- Hã... treinando? – fiquei em dúvida.
- Com disciplina. – corrigiu ele. Acho que eu não deveria esperar um acerto por minuto – Disciplina e disciplina. – continuou Galdor.
A magia está em tudo, no ar, na terra, na água e no fogo, na matéria, em nós.
O nosso mundo é muito mais mágico do que você imagina. Para perceber, basta apenas acreditar.10 de setembro de 2010
A magia das palavras
As palavras tem uma influência gigantesca na nossa vida, sentimentos, emoções, atos, reflexos, reações, pensamentos, perguntas, palavras.
Uma palavra pode fazer uma pessoa chorar, enquanto a outra sorri. Às vezes uma terceira pessoa faz as duas coisas ao mesmo tempo. O fato é que as palavras tem poder. Nada místico ou mágico, mas elas nos influenciam a cada instante, seja nos fazendo comprar, rir, chorar, amedrontar, amar.
A palavra escrita, eu diria, tem mais força que a palavra falada. Alguns dirão que não, porém, vamos analisar:
É claro que uma palavra falada pode fazer uma pessoa sentir com muito mais facilidade (veja, eu disse facilidade, não intensidade) do que uma palavra escrita. Mas... ela faz isso sozinha?
Não.
Uma palavra dita, apenas dita, sem entonação ou inflexão, não faz nada. Nem mesmo uma palavra tão bela quanto o amor, ou tão intensa quanto a paixão. Para que uma palavra falada tenha seu efeito, o tom da voz tem que ser modificado, o jeito que se fala, a velocidade, volume, o jeito que se olha e toca o nosso interlocutor, que se respira, transpira, sente e pressente. Vários fatores se unem à palavra falada para que ela tenha o efeito desejado, ainda que ela seja dita com sentimento, não pode fazer nada sozinha.
Já a palavra escrita, é diferente. Não é tão fácil se fazer sentir com um texto, porém pode ser tão ou até mais intenso do que quando a palavra é dita, basta apenas que quem escreveu tenha colocado sua intenção, seu sentimento em cada palavra, cada sílaba, letra, espaço e acento. É mais difícil porque você não vê a pessoa que fala, não tem todos os meios como a entonação da voz, volume e etc, que existem nas palavras ditas. Porém, quando a escrita é bem feita, tais coisas se tornam desnecessárias. Com algumas palavras escritas, pode-se fazer uma pessoa chorar de alegria ou terror, fazer os pelos do corpo se arrepiarem, o coração bater mais forte, a imaginação trabalhar loucamente, a mente ficar calma como água correndo na fonte.
Não sei se tenho o dom de fazer tais emoções e sentimentos despertarem através das palavras, posso, porém tentar. Tentar não mata ninguém certo? ;D
Concentre-se na leitura e deixe as emoções fluírem livremente. Um pequeno trecho do meu livro...
“Liberei as correntes de ar para que elas circulassem normalmente e abaixei os braços. Mantive, porém, a proteção ao nosso redor. Fih embainhou sua espada. Virei-me no mesmo lugar, assim como ela, para que não saíssemos dos limites do campo, mesmo que fosse apenas um dedo.
Na mesma hora percebi que não foi uma boa idéia. Praticamente não havia distância entre nós e seu corpo praticamente tocava no meu, o que acontecia na altura do peito. Sua respiração acelerou junto com a minha e eu ouvi o coração dela acelerar, assim como eu sabia que ela podia ouvir o meu. Seu hálito fazia cócegas no meu rosto e eu sentia o cheiro da sua pele ainda mais concentrado ali.
Seu cabelo brilhava muito levemente com as luzes da cidade não muito longe. Seus olhos corriam pelo meu rosto, alternando entre os meus olhos e a minha boca.
Minha força de vontade estava sendo minada rapidamente pela sua beleza e a nossa proximidade, sem contar todas as emoções que vieram crescendo dentro de mim nos últimos meses. Comecei a me aproximar sem que eu precisasse pensar nisso e ela fez a mesma coisa. O pensamento racional me dizia que eu não devia fazer isso, porém as emoções estavam é mandando a racionalidade à merda. E as emoções sempre falam mais alto que a razão.
Nossos lábios se encostaram suavemente e a boca da Fih se abriu um pouco, quase que instintivamente. Não consegui manter os meus fechados por muito tempo. Abri-os lentamente, fazendo com que os da Fih me imitassem. Ela olhava para mim com olhos semicerrados e eu não conseguia desviar o olhar. Eu estava preso ali e não tinha força de vontade que pudesse me fazer parar agora.
Passei meus braços rapidamente ao redor da sua cintura, sem nem me lembrar de ter pensado nisso. Puxei-a para perto, colando-a em mim, e a minha mão esquerda tocou em uma boa parte da pele das costas que ficava exposta pela blusa. Passei minha mão por baixo da roupa, espalmando-a nas suas costas quentes, entre as escápulas. Com o outro braço eu envolvi seu corpo pouco abaixo da cintura, sentindo o tecido de sua calça na pele.
Ela segurou com força no meu cabelo com uma mão e fechou os olhos. Beijou meus lábios com doçura e eu retribui o beijo uma, duas, três vezes. A Fiama puxou meu cabelo pela raiz até quase doer. Eu separei seus lábios praticamente com a língua e ela não demorou nem um pouco em responder.
Beijei-a com intensidade, que não ficou restrita apenas a mim. Ela correspondeu com vontade, passando as mãos pelas minhas costas e se puxando para mais perto de mim com força.
O gosto da sua língua, do seu beijo, era ainda melhor do que eu tinha imaginado.
Segurei seu cabelo bem perto da raiz também, o que causou uma reação positiva nela, aumentando a intensidade do beijo. Nossas bocas combinavam perfeitamente.
Inconscientemente, comecei a descer a outra mão. Foi passando pelas costas rapidamente, acompanhando a coluna e logo já alcançou o tecido da calça. Percebi o que estava fazendo e me detive por um instante. O desejo falou mais alto e não consegui mais me segurar. Fui descendo a minha mão devagar, esperando pela reação dela.
Quando minha mão inteira já estava em uma de suas nádegas, ela me deteve. O beijo parou por um instante, sem que nos separássemos, e sua mão segurou a minha. Apertei de leve a mão que estava por baixo da dela e mordi de leve seu lábio inferior. Ela pareceu se entregar e tirou a mão da minha, arranhando meu braço pelo caminho.
Desci a mão até a sua coxa e segurei com firmeza. Eu acariciava seu corpo com delicadeza e firmeza, mas alguma coisa estava incomodando dentro da minha cabeça desde o começo, como um zumbido.”
Conseguiu sentir? Talvez sim, talvez não. Como eu disse, não sei se tenho esse dom. Valeu a tentativa. Vamos ver então um outro sentimento.
Mais um trecho do meu livro:
Um grito agudo, de dor e medo, cortou o ar, chegando até mim. Não era a mesma voz que havia rido. Não era uma voz de orc, nem élfica.
Era uma voz humana.
E eu sabia no fundo do meu coração a quem pertencia aquela voz, mesmo eu nunca tendo ouvido ela produzir tal som.
Um medo imenso penetrou fundo na minha mente e no meu peito. Corri a toda velocidade naquela direção, sem prestar atenção em nada ao meu redor. Graças a essa desatenção, fui atingido por um pé imenso.
Um troll estava perseguindo um elfo ferido e acabou me acertando. Eu voei novamente, mas dessa vez eu tinha um objetivo. Parei o vôo no meio do ar, a dez metros do troll que urrava e já vinha na minha direção. Senti uma dor aguda onde ele tinha me acertado, bem no peito, mas não me preocupei com isso. Embainhei minha espada e avancei na direção de um orc. Quebrei seu pescoço com um movimento rápido das mãos e peguei a lança que ele segurava. Segurei-a com firmeza com uma só mão e corri de encontro ao troll.
Saltei quando estava a três metros dele e joguei o ombro para trás. Eu estava um pouco mais alto que a sua cabeça. Ele esticou a mão para me pegar. Eu urrei e estoquei com toda a minha força.
A lança penetrou no seu capacete e fincou-se até metade do cabo na cabeça, saindo nas costas. Deixe-as lá mesmo e saltei por cima dele antes mesmo que começasse a cambalear. Não olhei para trás e voltei a correr na direção de antes.
Eu podia ver agora o lugar da explosão. A grama estava queimada em um amplo circulo e havia vários elfos ali fazendo uma linha, tentando impedir o avanço das tropas inimigas. Ouvi novamente a risada gélida, mas não parei para ver o que era. Fui direto para a parte de trás da linha onde um elfos corria na direção de uma massa escura no chão.
- Elke! – eu gritei, praticamente sem voz já.
Ele me ouviu e parou.
- O que aconteceu? – eu o alcancei. Seu rosto estava pálido e ele não fez a cara de desprezo que sempre fazia para mim.
- Eu não sei de onde ela surgiu Willian. Estávamos enfrentando aquele mago. Então a Lea foi golpeada e arremessada longe. Eu fui atrás dela. Quando cheguei lá, vi que ela estava bem, não muito ferida. Curei seus machucados. Foi nessa hora que ouvimos um grito de gelar o sangue.
- Onde ela está? ONDE ELA ESTÁ? – gritei para ele.
Ele me levou, correndo, para um ponto mais afastado da batalha. A massa escura no chão que eu tinha visto antes.
Ele parou alguns metros longe, me deixando prosseguir sozinho. Parei derrapando ao lado da Lea, que estava debruçada ao lado de um corpo. Joguei a espada embainhada e o escudo no chão.
- Lea. – minha voz estava trêmula.
- Me desculpe Will. Eu não sei o que deu nela. Ela tentou me proteger, atacou o mago quando ele me acertou. Não sei de onde ela saiu.
Não. Não. Não podia ser verdade! NÃO PODIA!
Olhei para o corpo que ela amparava.
Seu rosto estava todo machucado, com vários pequenos cortes, sujo de sangue dos outros e do dela próprio. Havia uma feia queimadura por baixo de uma parte derretida da sua armadura. A roupa estava queimada e sua pele nem vermelha estava. Parecia estar carbonizada.
Um pânico sem tamanho tomava conta de mim. O ar parecia não querer entrar nos meus pulmões. Olhei para o seu rosto cheio de dor novamente.
- Bruna. – sussurrei com o fôlego que não tinha.
- Eu não estou conseguindo curar esse ferimento Will. Por mais que eu tente, não dá. Já não sei quanta energia eu liberei e nada muda. Ela perdeu a consciência há alguns minutos. – ela deu uma pequena pausa, esperando que eu falasse – A última coisa que ela disse foi o seu nome.
Lágrimas brotaram tão fortes pelos meus olhos que eu fiquei sem ver nada. Enxuguei-as bruscamente e segurei o rosto dela com as mãos.
Não, ela não podia estar morta. Não!
Senti uma leve brisa em uma mão, que estava bem abaixo do seu nariz.
- Ela esta viva! – gritei para a Lea.
- Está. Mas não sei quanto tempo ela pode agüentar. Não consigo curá-la e não sei onde estão Galdor ou Gladheron. Não sei nem se eles podem curar um ferimento desses.
- Cala a boca! – gritei para ela, furioso. Uma nova onda me impelia agora. Ela não tinha morrido, ainda não. Eu ia salvá-la, eu tinha que salvá-la... Mas como? – Ela não vai morrer. – falei entredentes.
Passei meus braços por baixo do seu corpo e a peguei no colo. Levantei e olhei em volta. Eu tinha que fazer alguma coisa!
- Will... o que você pode fazer? – a voz da Lea estava cheia de pena.
- Você prefere deixá-la morrer sem fazer nada? – gritei para ela novamente. Eu não desistiria tão fácil
- É claro que não Will! Mas.. não sabemos como salvá-la.
- Eu sei! – gritei, mas na realidade não sabia – Tenho que saber. – lagrimas caíram novamente pelo meu rosto, molhando as roupas destruídas da Bruna.
Elke se aproximou lentamente. Seu rosto estava transtornado com o meu desespero.
Pensa. PENSA! Gritei para mim. Eu tinha que achar um jeito.
Pensei em Sonnior. Mas se a Lea não tinha sido capaz, ele não conseguiria. Mas... espera ai. Pensar nele me fez lembrar de outra coisa. Algo que ele tinha me dito.
- Apenas se realmente precisar... não foi isso que ele disse? – sussurrei enquanto pensava. Era isso. Eu tinha que encontrá-la.
Virei-me na direção da floresta.
- O que você vai fazer Will? – a voz da Lea estava cheia de dor. Olhei para ela e vi que haviam lágrimas nos seus olhos.
A risada gélida cortou o ar novamente.
- Eu vou salvá-la. – a convicção em minha voz podia convencer qualquer um que eu conseguiria.
Virei-me para o Elke.
- Acaba com ele pra mim.
- Pode deixar. – um brilho de ódio relampejou por seus olhos e dentro de mim.
Sem perder mais tempo, sai correndo na direção da floresta.
Eu corria mais rápido do que já tinha corrido na minha vida. Tudo passava como um borrão para mim. Eu pulava corpos e lutas, às vezes viajando vários metros no ar, para cair cada vez mais perto do meu destino. A floresta. Eu tinha certeza de que se chegasse na floresta eu poderia salvá-la.
Mas ela estava tão longe.
Várias horas já haviam se passado desde o começo da batalha. Mais um pouco o Sol subiria pelo horizonte e a hora mais escura de um dia, era a que precedia o amanhecer, onde, mistificamente, as criaturas malignas seriam mais fortes. Eu não conseguia ver as árvores ao longe. E a cada segundo que se passava a vida se esvaía mais da Bruna. Eu sentia isso como se fosse eu mesmo que estivesse morrendo.
- Agüenta firme meu amor. – eu sussurrava para ela enquanto disparava por entre a batalha.
A essa altura os orcs já estavam entrando na cidade e eu ouvi os tiros ao longe dos arqueiros. Mas eu não podia me preocupar com isso agora, eu tinha que salvar a vida da Bruna.
Continuei correndo e finalmente achei as árvores. Entrei voando por elas, sem me deter para nada. Corri por centenas de metros sem direção, apenas entrando cada vez mais fundo na mata. Tá, eu tinha chegado na mata. Agora, como eu ia encontrá-la?
Comecei a pedir mentalmente, a suplicar para a floresta que me ajudasse. “Por favor, por favor... me ajudem. Não quero para mim, salvem a vida dela, por favor”. E continuava correndo totalmente sem rumo.
Não sei dizer quanto tempo eu procurei e corri. O tempo tornou-se algo totalmente abstrato e sem importância. Só sei que em determinado momento eu senti que ela morria. O ultimo sopro de vida ameaçava abandonar seu corpo. Sem saber como eu estava fazendo aquilo, comecei a transferir minha própria energia para o corpo dela, mantendo seu coração batendo. Eu podia ouvi-lo e ele estava cada vez mais fraco. Passei a sustentá-la com a minha força enquanto continuava correndo e suplicando.
- Por favor! – eu gritava agora – Salvem a vida dela. Não deixem que ela morra. Por favoor! – minha voz ecoava pela mata e morria ao longe.
Novas lágrimas caíram dos meus olhos quando eu sentia que já não podia mais correr. Eu dispensava cada vez mais energia para mantê-la viva. Se continuasse assim, nós dois morreríamos ali, sozinhos, no meio da mata. Eu até gostava da idéia.
Continuei andando, sem parar de procurar algo que eu nem sabia se realmente existia.
Finalmente minhas pernas perderam a força e eu cai de joelhos no chão. Meus braços não agüentavam mais segurá-la. Sentei nos meus pés e apoiei seu corpo no meu, trazendo-o mais para perto. Olhei em seus olhos, fechados e imóveis, sentindo que a vida se esvaía também de mim enquanto a mantinha viva. Minha mente fraquejou e meu dom se desligou. Eu ainda ouvia o som do seu coração, e também do meu. Os dois estavam quase no mesmo ritmo agora, aproximando-se de suas ultimas batidas.
Minha visão começou a falhar e eu sentia que a morte se aproximava. Do campo de batalha ela estendeu uma de suas garras para nos levar.
O tempo inteiro eu sabia que era isso que ia acontecer. Eu não conseguiria salvá-la. A meses eu sabia que ela morreria, só naquela hora percebi.
- Bruna. Eu te amo. – movi os lábios, sem força para falar.
Minha vista escureceu e seu rosto se tornava menos nítido. Seu corpo mutilado drenava as minhas últimas reservas de energia. Eu estava conformado com a idéia e deixei que isso acontecesse.
Eai? Emoções completamente diferentes, certo?
O meu último post, “Não leia de noite”, da uma outra ideia de como as palavras podem produzir diversos efeitos!
Essa é a arte, a magia das palavras.