31 de agosto de 2010

Mudanças

Hoje eu fui encontrar a Pah na escola dela. Ficamos pouco tempo juntos, mas foi bom. Conversamos sobre algumas coisas (uma, na verdade), bem interessante.

Algumas coisas acontecem realmente rápido na nossa vida. Um dia, você quer uma coisa. No outro, ocorre uma aproximação, e, de repente, sem que você tenha pensado em fazer alguma coisa, você já não quer mais aquela coisa.

E o que nos faz mudar de ideia tão repentinamente, tão ilogicamente?

Muitas coisas, na verdade, mas eu acredito que o que nos faz mudar mais rapidamente e com muito mais intensidade, é algo totalmente imaterial, às vezes inexplicável, mas que a maioria de nós conhece muito bem. São os sentimentos.

Os sentimentos podem ser despertados por dezenas de fatores. Um cheiro, um toque, um carinho, um olhar, um abraço forte, uma cócega, a falta de uma palavra, o jeito como ela arruma seu cabelo, um presente, uma flor.

Antes que você perceba o que está acontecendo, seu coração já escolheu aquela mudança por você. Escolheu porque sabe que aquilo vai ser bom por você. Escolheu porque algo o atraiu com força, intensidade. Escolheu porque se apaixonou. Se apaixonou depois de um fim de semana juntos, de abraçar e ser abraçado, de se sentir querido. Porque você sente quando a outra pessoa gosta de estar junto com você, percebe isso no olhar, nas palavras, no toque, na proximidade. E ai é impossível não se apaixonar. Quer dizer, não que seja impossível em todos os casos, mas, com “certa” pessoa, foi sim.

Quando eu comecei a tomar noção do que estava acontecendo, já tinha acontecido. Eu já pensava nela, sentia saudades, mesmo que tivesse acabado de me despedir dela. Saudades da sua voz, do seu cheiro, do seu abraço, do seu olhar.

No começo, realmente, a confusão vem. Quando aconteceu? Porque? O que realmente causou isso? Mas essas respostas são tão abstratas... não há um momento certo, uma causa certa. O momento foi cada um dos segundos que você passou com a pessoa. A causa foi apenas ela mesma. O jeito como ela se veste, se comporta, fala, mia (uhauahuahauhauh de miar mesmo, como um gato...), o jeito que ela é.

E ai você se vê querendo conquistá-la. Tenta todas as maneiras, usa de todas as suas “armas”, investe cada segundo nisso. E a maior recompensa é quando você consegue fazê-la sorrir para você, com você, um sorriso lindo, como tudo nela, que vai até seus olhos, irradiando felicidade. E você sabe que é isso que você quer, você quer fazê-la feliz, aproveitar o que quer que aconteça, investir mesmo sem saber se vai ou não dar certo, porque, se formos pensar, antes de começar, em como pode acabar, nunca começaremos nada.

29 de agosto de 2010

Dominatrix

Com certeza você já ouviu a frase “A mente domina a matéria”. Ainda mais se você já leu Crepúsculo. Mas não vim aqui hoje para fazer uma paródia ou questionar os motivos que levam um vampiro a não querer comer (não apenas no sentido literal) um jovem humana indefesa. É claro que os apelos da carne são muito fortes, (ainda mais para um vampiro vegetariano) porém uma mente determinada pode superar e dominar qualquer instinto.

Saindo um pouco da mente, vamos ao corpo.

Todos concordam que o que fizeram com os negros e índios no Brasil (sim, eu acredito que os índios foram escravizados. Você acha mesmo que eles tinham como se rebelar usando arcos, quando os portugueses tinham armas de fogo?) foi totalmente vil e desumano. Eles escravizaram e torturaram, porém, o domínio do corpo não é o pior e nem mesmo o mais cruel, pois não somos carne, e sim espírito. Matando a carne, você liberta o espírito, e assim não há mais escravidão.

O pior domínio que existe (você já deve estar imaginando) é o domínio da mente, retratado com perfeição no filme Matrix.

E porque ele é o pior? Simplesmente porque a pessoa que sofre tal tipo de domínio, não sabe que está sendo dominada. O último refúgio de um ser, toda a sua individualidade e existência, é a sua mente. Quando esta é escravizada, todo o seu ser também é.

Agora, você pode me dar absoluta certeza (o pleonasmo foi intencional) de que, neste momento, não vivemos em uma matrix? Tem certeza que pode? Prove então.

É, eu sei, isso é frustrante. Como podemos descobrir isso então? Não podemos, simples assim.

Quer dizer que é impossível escapar? Não. como já disse, não acredito que algo seja impossível (exceto talvez, o fato das sombras)*. O que devemos fazer então? Evitar que sejamos dominados.

Tenho certeza que, se você não acredita, conhece alguém que acredita em Adão e Eva. Agora, como toda a civilização pode ter vindo de um único casal? A genética nós jogamos no lixo não é? E as amazonas de Caim, saíram de onde? Brotaram do chão?

É isso que devemos fazer. Questionar sempre, como nos ensinou Sócrates.

Porque o céu é azul? Podia ser rosa não podia? Ou branco, amarelo – que é a cor do Sol – mas é azul. E você sabe por quê? Porque o Sol emite diversas ondas, cada qual com seu comprimento, e cada comprimento caracteriza uma cor, e a cor predominante é o azul.

E o mar, você sabe por que ele é azul? Azul é uma cor bonita, então, como pintamos nossos mapas dessa cor, ele resolveu nos imitar. Acho que não. Então... já sei! A água é azul. Encha um copo transparente com água do mar. Ela parece azul para você? Ainda mais se for da Praia Grande, aí é que não vai ser azul mesmo. A explicação é muito mais simples (tirando os casos em que ela é verde. Aí é outra história). O mar simplesmente reflete a cor do céu.

Está vendo como até mesmo as coisas simples nos fogem ao entendimento?

Milhões de pessoas, hoje em dia, sofrem desse tipo de domínio no nosso mundo, em graus diversos e de formas variadas. A televisão nos instiga a sermos quem não somos, agir como não queremos, e nós obedecemos às ordens do capitalismo sem questionar, comprando, gastando e nos tornando fúteis.

E porque?

Porque não sabemos usar o por que. Não sabemos por em dúvida, aceitamos sem pensar, nos deixamos dominar.

Mude sua forma de pensar, seja diferente, questione, liberte-se dos grilhões da escravidão. Não deixe que os outros lhe digam o que fazer, faça você mesmo o seu próprio caminho, escolha suas escolhas. Rebele-se (nem tanto) e não se deixe calar.

É você quem manda na sua mente. A sua mente é você.

27 de agosto de 2010

Sonhos de um sonhador

Nessas últimas noites eu tenho sonhado muito. Sonhos que, na maioria das manhãs, se esvaem tão rapidamente da minha cabeça que eu nem sequer lembro que sonhei, apenas, muitas horas depois, um acontecimento me faz lembrar repentinamente do sonho daquela noite.

Fazia já algum tempo que meus sonhos estavam meio que... em falta comigo. É, eu estava sonhando pouco, ou pelo menos nem me lembrava dos sonhos que tinha tido.

O fato é que sonhar é muito bom não é? Todos gostamos de sonhar, de nos sentir leves, de nos encontrar com amigos durante a noite. É claro, apenas quando o sonho é bom. Dos pesadelos ninguém gosta.

Eu só queria saber se esses meus sonhos tem alguma razão ou motivo, ou se são apenas vivencias aleatórias ou até mesmo reproduções encefálicas... uhauahauhauhauhauah. Já sonhei com coisas que aconteceram depois (nada de extraordinário) e também com sonhos tão vívidos que, depois fui saber, não passavam da mais pura realidade.

Os sonhos são um meio de fugirmos da realidade também. Sonhamos acordados e vivemos nos sonhos, vivemos os sonhos. Imaginamos realidades que não existem, querendo que elas se desprendessem da nossa imaginação e mudassem o nosso mundo.

Dizem que algumas das grandes músicas e sinfonias de Bethoven, Bach, Vivaldi, são apenas as músicas de planos mais elevados que eles ouviram em sonho e tentaram copiar.

Os sonhos são úteis também. Às vezes nos dão respostas, nos lembram de algo, nos mostram algo. Outro dia tive um sonho e nele, entre uma conversa com um amigo, eu me lembrei de um tema para um texto que eu já havia esquecido completamente (falando nisso, tenho que escrever o texto...).

Mas não existe apenas esse tipo de sonho.

Existem os sonhos que podem mesmo virar realidade. Sonhos que todos tem, de serem felizes, de construírem uma vida confortável, de serem grandes profissionais, grandes artistas, músicos, pintores, arquitetos, o que quer que seja. O fato é que a humanidade não vive sem sonhos. Todos sonhamos e todos acreditamos, bem lá no fundo, que esse sonho pode virar realidade. Ok, alguns não acreditam mais, mas um dia acreditaram.

Eu mesmo tenho sonhos e alguns deles (um na verdade) já virou realidade (ou quase). Sabe aquela ideia de toda criança que quando vê um filme fica meses se imaginando vivendo aquelas aventuras, correndo os perigos, brincando com a imaginação? Tenho certeza que todos, mas todos mesmo, já imaginaram ser possível, já quiseram que fosse possível, viver em um mundo diferente do nosso, mágico. Eu posso dizer que realizei esse sonho. Como? Eu criei o meu mundo. Através das palavras, criei o mundo que eu queria que fosse real, realizei meu sonho através do meu próprio esforço. Hoje, esse sonho pode virar uma realidade real (estranho, mas é isso mesmo).

Você tem seus sonhos também não tem? Então não desista deles. É através dos sonhos que nós podemos continuar vivendo sem enlouquecer nesse mundo que cobra tanto e tenta com tanto fervor apagar os sonhos das pessoas como se assoprassem a chama de uma vela.

Qualquer sonho pode se tornar realidade, basta apenas que você não desista dele e encontre um meio para que tal coisa aconteça.

26 de agosto de 2010

Apenas explicando

Estranho como as coisas acontecem na nossa vida não é?
Uma hora você acha que está seguindo um caminho, só que, sem que você perceba, algumas coisas vão acontecendo, pequenos acontecimentos, aproximações, e aquilo que você acha ser verdade antes, ser o que você queria, vai mudando gradativamente, tomando novas formas, novas caras. Nem tudo acontece como nós queremos, cabe a nós aceitar essas mudanças, nos adaptarmos e perceber que, talvez, o de antes não era o melhor para nós. Porém não temos como saber se o de depois, o de agora, é melhor também, nem se vai dar em alguma coisa.
Enfim, a vida é uma sequência de tentativas onde os erros geram pontos positivos para nós.
;D

Ano Novo

Hoje é meu aniversário! Hehehe 19 aninhos. Estou me sentindo tão... tão... igual. Foi igualzinho no ano passado, quando eu fiz 18 (não diga. O.O). Todo mundo falando: “Oh, maior de idade agora hein”. Ai eu pergunto: E? O que muda? No dia 25 eu era menor, no 26 maior, e essa passagem de algumas horas mudaram completamente meu modo de pensar, me tornando mais maduro, mais (merda, perdi a palavraa!). Responsável? (ufa, fiquei uns dois minutos pensando). Não, não mudaram. A única coisa que mudou agora é que eu posso ser preso e se encostar em uma garota com menos de 16 anos posso ser preso por pedofilia (tenho que admitir que já cometi esse crime, e nem ligo! Uhauahauhauhauahu).

Voltando.

Você deve estar perguntando porque o titulo é ano novo certo?

Então...

Sabe o ano novo? O de verdade? Então, é claro que ele não é apenas simbólico, realmente é a passagem de um ano ao outro e deve ser comemorado. Mas os anos foram estabelecidos pelo homem (ok, também é o tempo que a Terra demora para dar uma volta completa no Sol, mas blz), e a comemoração é um tanto que simbólica. Cada um de nós comemora seu ano novo em datas, horas, diferentes. Meu ano novo é hoje. Hoje sim eu posso dizer que vivi mais um ano, completei mais um ano de vida, pois não vivi o ano de 1991 inteiro, então não posso contá-lo como completo, certo?

Cada ano novo é único de cada um. As pessoas sempre fazem promessas de fim de ano, querendo mudar de vida, melhorar, abandonar vícios... mas, pelo menos para mim, elas escolhem a data errada para fazer isso. O que realmente marca mais um ano que se passa é o aniversario da pessoa, e é nesse dia que devia se fazer essas promessas. Eu, particularmente, não faço, nem no dia 31 de dezembro nem no 26 de agosto. Já prometi coisas demais para mim e me magoei por não cumpri-las, então deixei de prometer algo para passar a tentar realizá-lo, sem prazo definido, tentando um pouquinho de cada vez.

Uma coisa que eu gosto nesses “anos novos” são as mensagens, telefonemas, scraps, as palavras, os sorrisos, os abraços e as atitudes. Os sentimentos. Mesmo que muitas pessoas mandem scrap no orkut apenas porque vêem seu aniversário lá e dizem: “Parabéns, felicidades”. Tudo bem, não estou falando que isso não é sincero, é claro que é. Mas o bom é quando você recebe aquele texto original da pessoa, falando coisas que são entre vocês, e você sente, apenas ao ler, o sentimento que a pessoa mandou à você ao escrever aquilo. É muito bom se sentir amado.

Os beijos, abraços, sorrisos, eu te adoro, eu te amo, fizeram meu dia mais feliz hoje, desde o no sms, passando pelo do orkut, celular e chegando no pessoalmente.

Presentes são bons, mas não são as melhores coisas que se ganham em um ano novo, um aniversário. Eu prefiro muito mais as pessoas, as amizades.

Meu dia foi bom e eu agradeço a todos que o tornaram melhor.

^^

*Dia do meu aniversário e olha só o presente: 1000 visitas no blog! Obrigado a todos os que lêem e acompanham meu humildes textos. ;D

25 de agosto de 2010

Um sonho

Uma pequena parte de mim sempre sabia que aquelas coisas nunca se passavam de sonhos, mas, mesmo agora, enquanto o sonho se desenrolava, essa parte não tinha uma influência grande o suficiente para fazer com que eu não sentisse tudo o que aquele sonho me passava, mesmo que eu não fizesse a mínima ideia do que significava.
Eu não sabia onde eu estava. Nada parecia muito real ou sólido ali. Era como se eu estivesse andando entre nuvens sólidas o suficiente para que meus pés afundassem apenas alguns centímetros nelas, porém, fluidas também, redemoinhando ao meu redor, envolvendo tudo em um ar etéreo, escondendo as coisas, os movimentos, mesmo que não houvesse muito que se esconder ali.
Já tivera aquele sonho algumas vezes e continuava sem entender o que ele significava. Era sempre igual, nada nunca mudava, tudo sempre acontecia do mesmo jeito. Ainda assim, eu sabia que não era uma repetição. Eu estava mesmo ali, aquilo tudo era real.
Pensamentos lógicos como esse sempre eram afastados quando eu estava ali.
Continuei seguindo meus passos de noites passadas. Só quando eu estava lá, nos momentos que passava entre aquelas nuvens, é que eu podia me lembrar claramente do que se passava. Pena que não conseguia organizar os pensamentos o suficiente para encontrar a lógica de tudo aquilo.
Novamente esqueci do que estava pensando e voltei minha atenção para o ambiente.
Uma luz suave e branca iluminava o ambiente. Mas não era uma fonte de luz, como uma lâmpada ou o Sol. A luz emanava de tudo ao redor. Tudo é maneira de dizer, pois, no momento, a única coisa que estava ao meu redor eram aquelas nuvens brancas e esfiapadas.
Os sentimentos eram confusos, não conseguia defini-los direito. Fui atravessando as nuvens como sempre, esperando o momento em que tudo mudaria.
Eu sentia o ar se agitando ao meu redor, um sentimento estranho crescendo dentro de mim com força exponencial. Um vento forte meio que soprou ou passou, não sei, pois as nuvens sequer se mexeram, apenas bruxulearam, sua luz oscilando enquanto aquele poder devastava as emoções de tudo ao redor. Era sempre igual, como um furacão imenso, gigantesco. Mas ele não era capaz de afetar as coisas materiais (não tinha certeza se algo ali realmente era material). Ela mexia com a atmosfera do lugar, com as vibrações.
Antes, tudo era calmo. Não era exatamente uma atmosfera boa, parecia mais imparcial. Depois, tudo era diferente. O ar ficava pesado e as luzes que emanavam das nuvens se apagavam rapidamente, como chamas de velas assopradas. Eu não estava mais sozinho e as nuvens não eram mais nuvens, e sim presenças sombrias.
Elas estavam em toda parte, compondo o ambiente e também fazendo parte dele. Eu não sabia nem mesmo se eram apenas um ou vários. Sei que estavam ali, sempre estiveram, porém, antes, não podiam, não deviam, aparecer para mim. Aquilo estava errado, não era para acontecer, eu sabia que não era. Não sabia disso em um pensamento racional, já que eles não existiam ali, mas por algo que vibrava dentro de mim.

24 de agosto de 2010

Missão Impossível?

Eu já tinha a vontade de escrever sobre isso, mas ainda não tinha vindo a inspiração. Assistindo ao começo do filme Missão Impossível 3, eu corri para pegar o celular e anotar o tema antes que eu esquecesse.

Como sempre gosto de fazer, vamos começar definindo a palavra impossível.

Impossibilidades são coisas que, teoricamente, não temos condições de fazer, resolver. Coisas que estão além do nosso alcance pessoal ou do alcance humano.

O que é algo impossível para você?

Sem exemplos, vamos raciocinar. Analise o “problema” e seu contexto. Você acha que não é capaz de fazer, mas, alguém já fez isso antes? Se fez, não é impossível. Você só não está preparado (ainda) para realizar tal tarefa.

Muitas vezes coisas que julgamos impossíveis estão completamente dentro do nosso alcance. Por não acreditarmos em nós mesmos, nem tentamos. Então, antes de dizer que algo é impossível, tente fazê-lo primeiro, ou, pelo menos, pense mais sobre o assunto. Pense antes, por favor, pois existem coisas que são teoricamente impossíveis (como voar, por exemplo).

Certo, você vai vir me dizer que voar é algo impossível, se não contarmos com a ajuda de algum equipamento. Eu lhe peço que prove isso. A raça humana já descobriu todas as suas potencialidades? Não, e não estamos nem um pouco perto disso. Existem coisas e ciências que estão anos-luz fora do nosso alcance. Do mesmo modo que existem pessoas que, com a força da mente, podem mover pequenos objetos, como bolas de tênis etc, como você pode vir me dizer que tais pessoas, depois de séculos de treinamento intensivo e esforço, não poderiam fazer com que elas próprias abandonassem o chão, vencendo a força da gravidade.

Veja bem, eu disse vencendo. Existem regras que não possuem exceções e a gravidade é uma delas*. Não estou propondo que quebremos essa regra, apenas que consigamos, com a mente, exercer força necessária para subjugar sua força.

Você deve estar me achando louco, mais uma vez, mas vamos pensar por outro lado também.

Se você chegasse para um cara que viveu há três mil anos, por exemplo, e dissesse que hoje é possível você ver uma pessoa que está a milhares de quilômetros de distância, ele diria que é impossível. E é? Não.

Eu acredito na nossa espécie, assim como acredito que somos capazes de tudo o que quisermos fazer. Cara, EU escrevi um livro! Nem eu, quando comecei, achava isso realmente possível. Mas eu consegui, terminei.

Nem mesmo amores são impossíveis (gosto de falar do amor ;D). Se não aconteceu, talvez não fosse para dar certo mesmo. Ok, frase meio clichê, mas não deixa de ser verdade. O amor para mim, é recíproco. Paixões podem não ser, mas o amor, para existir, tem que ser correspondido (pelo menos a parte do amor que conhecemos). Se você diz que ama alguém que não te ama, é porque você, na realidade, não ama tal pessoa. O amor (de homem e mulher é que estou falando) não é algo que pode existir sozinho.

Então, não deixem que falem que você não vai conseguir, que aquele sonho é demais para você. Não bote na sua cabeça que você viaja ou brisa em seus sonhos. EU acredito que as pessoas podem VOAR! Você brisa mais do que eu? Então, tente, antes de desistir.

Sonhos foram feitos para serem reais, para se tornarem reais. Como diz o Orkut, “As grandes descobertas foram feitas por homens desanimados que continuaram trabalhando”. não desista, vá em frente, enfrente, conquiste e realize.

Sim, você pode.

;D


*Leia sobre a gravidade no texto "10 m/s²" neste blog, no mês de Julho!

23 de agosto de 2010

Sustenidos e bemóis

Domingo foi mais um dia sem postar (não estou realmente mais me importando com isso). Dessa vez o motivo foi muito melhor – não foi um mero atropelamento. Foi devido ao cansaço de um final de semana espetacular na companhia da minha nova família. O desfecho foi sensacional. Primoroso. Uma apresentação musical mediúnica do grupo de um dos melhores amigos.

Enquanto eu ouvia Renato, Cazuza, Raul, Cássia, cantarem, eu pensava em diversas coisas, algumas eram dispersas, outras visavam entender o que tanto a Vitória olhava para o lado, outras envolviam pessoas que eu amava e também questões internas.

Na maior parte do tempo, na verdade, eu não pensei muito. Apenas cantei a plenos pulmões, sorri, me diverti, afinei, desafinei, cantei em falsete, me arrepiei e senti. Principalmente senti.

Senti a presença de amigos, irmãos. A presença mais forte ainda da Vih, que ficou abraçada comigo na maior parte do tempo. Incrível como uma pessoa tão pequena consegue despertar tanto afeto em você tão rapidamente. Foi realmente muito bom sentir o calor do corpo dela, a felicidade dela ao meu lado e também a minha por estar ali. Eu sentia a harmonia da bateria, baixo, guitarra, violão, tambores, voz e a inspiração de seres que não estão mais entre nós, guiando aquele trabalho maravilhoso. As emoções turbilhonaram-se dentro de mim, alternando-se mutuamente entre prazer, alegria, felicidade e outras, todas separadas e também unidas.

Não sentia o cansaço do corpo físico naquela hora, era apenas um detalhe que podia ser deixado de lado. Esqueci de todos os problemas, questionamentos, dúvidas, incertezas, paixões, r do corpo dela, a comigo na maior parte do tempo. idade e outras, todas separadas e tamb medos. E só uma coisa tem o poder de transformar as pessoas desse modo. É a música.

A música, ao contrario do que muito pensam, não mexe apenas com o nosso corpo físico. Ela influencia na nossa alma, no espírito, podendo fazer brotar sentimentos até então desconhecidos para nós. A música aproxima as pessoas, move ideais, desperta sentimentos, move pessoas, países e mundos, influencia, inspira e da coragem.

Descobri há algum tempo, em uma mocidade musical, que a harmonia também é um sentimento – vai além da harmonia musical, mas como estou falando disso agora... – e quem, ao ouvir uma música que goste, não sente a harmonia despertando em você? Seu corpo harmoniza com a música sem que você perceba. A música tem esse poder, de despertar sentimentos com uma intensidade muito maior do que normalmente acontece conosco. Ela pode alegrar ou entristecer, acalmar ou ebulir, te acordar ou fazer adormecer, despertar revolta ou o amor.

A música é um instrumento da alma. Aflora o que temos de melhor ou pior, é uma maneira de conseguirmos exprimir coisas que às vezes não podem ser ditas em palavras sem rima, em frases sem sentido. Música é arte. Uma arte que vai muito além do que ainda somos capazes de entender ou conhecer.

Tenho certa paixão por músicas instrumentais (talvez porque eu não saiba cantar e toque violino). Tais músicas, querendo ou não, são mais complexas ainda do que as outras, pois não possuem palavras e precisam mesmo de tal complexidade para passar o seu objetivo, sua vontade. Um mesmo instrumento, com as mesmas notas, pode te fazer tanto chorar quanto sorrir, despertar uma alegria feroz que parece não caber dentro do peito.

A música faz realmente você esquecer qualquer problema, te liberta da fragilidade do corpo e nos eleva para planos mais elevados onde podemos nos alegrar, mesmo que seja por pouco tempo, mas percebemos que ainda existem coisas boas, e uma delas é a música.

Admiro mesmo as pessoas que tem talento para a música, que a tocam e reproduzem com facilidade, mas mesmo assim não deixam de tocar com a alma (meu amigo Caleo é um deles!! XD). Não tenho a coragem de dizer que sou músico. Não tenho a mesma habilidade nem facilidade para tocar do que o Leo, por exemplo, nem a mesma desenvoltura, o mesmo grau de afinidade com o instrumento como tenho com as palavras. Também toco com a alma - acho que isso é o mais importante - mas ainda sim, a escrita é a minha arte.

Música é sublime, música é vida, música é sentimento.

E, acima de tudo, música é Amor.

21 de agosto de 2010

Nosso pior inimigo

Uma amiga me deu a idéia para fazer esse texto. Pensando depois, não sei como ainda não tinha pensado nisso.

No nosso atual estado, você pode dizer do que nós somos feitos?

Hoje, temos matéria. Mas não somos matéria. Somos, na verdade, espíritos. Mas como estamos aqui, somos carne + espírito, e essa ligação não pode ser esquecida ou contornada. Ela existe sim e é muito forte. A influencia de um no outro, reciprocamente, é muito grande. Mas existe uma frase que exemplifica bem e em poucas palavras, quem deve sobrepor-se a quem: A mente domina a matéria.

Para mim essa frase está mais do que certa. Por quê? Porque como eu disse ali em cima, somos, na verdade espíritos. Espíritos que estão passando por uma experiência humana. Então, porque vamos deixar que essa fase transitória, os apelos da carne – que não são os que mais importam – dominar o nosso corpo?

Como eu disse para a mesma amiga, para mim, uma das coisas que eu acho que tenho que mudar em mim, é isso. Em algumas situações eu deixo que a matéria me domine, cedo aos instintos, ignorando a razão e o que eu acho que é certo. Por quê? Porque a mente ainda não domina o corpo completamente, e isso não pode acontecer.

Confesso que, falando, parece fácil como tudo sempre parece quando posto em palavras, mas, mesmo sendo algo extremamente difícil, temos que tentar. Tenho certeza que todos os que lêem esse texto já passaram por experiências onde se deixaram levar pelo corpo. Ou não? Quem disser que não vai estar mentindo para si mesmo. Como eu sei? Porque estamos aqui, na terra, e todos os que estão aqui estão mais ou menos na mesma situação, onde o espírito ainda não dominou a matéria. Se tivéssemos realmente dominado, não estaríamos aqui, não necessitaríamos mais de um corpo para evoluirmos.

Agora pense, pense em um momento em que você se deixou levar. Bateu aquele arrependimento depois não bateu? E esse arrependimento vem porque sabemos que o que fizemos foi errado, não queremos mais fazer aquilo, porém, na hora, não pensamos nisso, ou até pensamos, em alguns casos, mas não temos a força de vontade necessária para nos enfrentar. Sim, nos enfrentar, porque essa “batalha” é uma batalha de nós contra nós mesmos. Quer fraqueza maior do que essa? Não somos capazes nem mesmo de vencermos a nós, como esperamos vencer outras pessoas, enfrentar outros problemas?

Isso mostra o quanto ainda não nos conhecemos.

Li em outro blog que existe uma parte de nós, cerca de 25%, que nós não conhecemos, que ninguém conhece, ela esta ali, inexplorada e exercendo um grande domínio sobre nossas ações. 25% é muita coisa.

O que devemos fazer então? Como podemos vencer essa batalha?

Precisamos conhecer-nos. Mas isso é algo extremamente difícil, muito complicado. Então, antes de tentarmos nos entender por completo, vamos começar a combater os sintomas.

Quando chegar aquela hora, aquela situação que você não quer para você, aquele vício, talvez, o momento onde seu corpo ameaça dominar sua mente, tente pensar com clareza, com razão e lógica. Apresente os motivos que te levaram a não querer aquilo, porque aquilo é errado, porque devemos abandonar tal hábito. Vamos exercitar nossa força de vontade.

Certo, tenho certeza que muitos vão dizer: “Eu não consigo, é muito difícil, não tenho tanta força de vontade”. Enquanto você não quiser ter força de vontade, você não vai ter. Força de vontade é algo que se adquire através da pratica, do sacrifício. No começo vai ser sim muito difícil, mas se você conseguir passar pelo primeiro dia, vai ter um incentivo a mais: “Eu venci uma vez, porque não posso vencer outra?”. Tente vencer uma batalha por vez, uma dia por vez. Conte os dias, marque-os em um papel, por exemplo, assim, cada vez que você olhar naquele dias que crescem, você vai ter um novo motivo para continuar. Não tente ganhar a guerra logo no primeiro dia.

É realmente frustrante saber que existe uma parte de mim que é mais forte do que eu mesmo e eu não gosto disso. Gosto de saber que eu tenho força suficiente para fazer minhas próprias escolhas e não me deixar levar por um “simples” instinto.

Se conseguirmos vencer essas batalhas, estaremos chegando mais próximos de nós, conheceremos melhor a nossa natureza, porque saberemos dominá-la.

Tudo sempre começa com um primeiro passo. Não deixe para dá-lo amanha, comece hoje, começa agora.

Basta só você querer.

20 de agosto de 2010

Silenciando o silêncio

Muitas pessoas gostam do silêncio, algumas não o suportam ou ficam incomodadas e outras até tem medo, mas, o que é realmente o silêncio?

Tecnicamente falando, é a privação de som. Se não há um ruído sequer, há o silêncio. Às vezes o silêncio é bom. Ajuda você a pensar melhor, raciocinar e se concentrar. Em outras, nem tanto. Como já disse, há pessoas que têm medo do silêncio, e com razão.

O silêncio vai muito além da simples privação de som. O silêncio é algo mais profundo. O silêncio, na verdade, pode ser ouvido, sentido. Entre em uma câmara isolada acusticamente para saber o que estou querendo dizer.

Na época da Segunda Grande Guerra, prisioneiros eram submetidos à câmaras totalmente brancas e isoladas para que não entrasse nenhum som. esse método se chamava “privação sensorial” e todos os presos submetidos a esse tipo de tortura falavam tudo o que lhes era perguntado após algum tempo.

Existe também o silêncio das imagens, cheiros e movimentos, até do tato. Você acha que os cegos não estão mergulhados no silêncio? Eles, porém, não se deixam abater por ele. Os surdos são os mais afetados, mas eles ouvem com seus outros sentidos.

O silêncio é ameaçador, aterrorizante, amedrontador. Ninguém pode “sobreviver” ao silêncio, vencê-lo. O silêncio sempre vence, a não ser que você enfrente-o. Como? É simples! Se ele começar a te dominar, grite, não deixe que se perca em sua quietude. Cante! Movimente-se, sinta e veja!

Milhares de pessoas vivem hoje dominadas pelo silêncio. Elas tem medo de sentir, medo de ver, ouvir, medo de amar. O silêncio de sentimentos, eu diria, é o pior e mais cruel. Domina a pessoa com tal intensidade que ela acaba querendo ouvir o silêncio, se entregar a ele. Não deixe que o silêncio domine seu corpo, mas, com ainda mais convicção, não deixe que ele domine sua alma. Quantos não vivem, também, no silêncio de pensamentos? Não pensam, não questionam, não raciocinam. Apenas ouvem e reproduzem.

Mas o silêncio não é apenas algo ruim. O silêncio é bom também.

Existem coisas que só podem ser ditas no silêncio de um olhar, de um toque. Amores que são entendidos com muito mais intensidade quando expressados no silêncio das palavras. Ainda assim, não está entregue ao silêncio. O amor pode ser tudo, menos silencioso.

Por isso, não se acostume com o silêncio. Ele não é de todo ruim, porém não é de todo bom. Te domina sem que você perceba.

Você pode viver em silêncio, porém nunca calado. Expresse-se a cada instante, com o corpo ou a alma, não importa, o importante é não deixar silenciar.

19 de agosto de 2010

Positivo atrai positivo

Eu estava relendo o livro Onze minutos, do Paulo Coelho - que conta a história real de Maria, uma prostituta – e a personagem escreve em seu diário sobre “o desejo profundo, o desejo mais real”, que é o de aproximar-se de alguém. Ok, todos nós já sentimos esse desejo. Uns mais, outros menos, alguns o tempo todo. Mas, como a Maria mesmo fala, é impossível de se explicar a atração que junta duas pessoas.

O que, entre milhões de pessoas, faz com que você se interesse exatamente por aquela? O que realmente aquela pessoa tem de tão especial que te faz querê-la?

Não sei se você já se perguntou isso, mas já me perguntaram isso e eu também já pensei sobre o assunto. Quer saber se eu cheguei a alguma resposta? Vamos analisar então.

Quando você se sente atraído por alguém (não quando se apaixona), como acontece isso? Para mim pelo menos, é como que à primeira vista. Esse “desejo profundo” acontece antes mesmo de eu escutar a voz da pessoa, antes mesmo de nossos olhares se encontrarem, antes dela sequer reparar em mim. É como que uma atração, mas não tem nada a ver com atração física, não é desejo, nada físico, corporal, não é porque a garota é linda ou tem um corpo bonito. Não. É mais forte. Muito mais forte.

Alguns podem ler e falar: “Vai dizer então que a garota é feia?”. Tá, não é assim, mas beleza não é o fundamental. Como eu posso afirmar que não é apenas físico? Porque conheço garotas extremamente lindas e nunca senti a menor vontade de ficar com elas. Muitas vezes por falta de conteúdo, por não gostar do jeito ou das atitudes, mas, na maioria das vezes, é porque esse desejo, essa atração, não aconteceu. Coincidência (ou não) isso só aconteceu comigo com garotas com quem eu me familiarizara também (nada de patricinhas chatas e nojentas...).so so)nte a coisa? outras, mas tem algo nela que atrai. sinceramente?icos e. elas muitas er reparar em mim.

Não tenho certeza do que realmente pode ser isso. Sei que é algo que transcende a matéria, vai mais longe. Tem algo a ver com... a energia? da pessoa, não sei explicar. Aquela pessoa, se você for analisar friamente, não tem nada de excepcional se for comparar com as outras. É claro, tem suas particularidades, mas nada que você também não vê em outros. Ok, algumas vezes são particularidades raras (é dessas que eu gosto, as diferentes..hehehe), mas mesmo assim, elas não tem super poderes nem disparam raios pelos olhos ou sugam a energia pelo toque. Elas são elas mesmas e, apenas fazendo isso, já atraem com tal força, tal intensidade, que fica difícil resistir.

Não faço ideia do que vou falar agora, mas veio na cabeça. É como se você sentisse a aura da pessoa, a verdadeira essência dela ao se aproximar, mesmo que não percebamos isso, mas é por isso que somos atraídos. Aquela frase famosa “Os opostos se atraem” só funciona na ciência mesmo. Na vida real, os opostos se distraem, os dispostos se atraem ™.

E quando você conhece a pessoa? Você já conseguiu sentir o cheiro de uma pessoa? Não o perfume, mas o cheiro da pessoa, da pele dela. Uma vez eu fiquei pensando sobre isso e percebi que não consigo sentir o cheiro de todos, mas que os que eu sinto, são pessoas que, de alguma forma, me atraíram mais que as outras. Talvez isso também tenha alguma relação com esse desejo, talvez não, o fato é que os cheiros também contribuem muito para ele. A ciência diz que as pessoas se apaixonam porque os nossos corpos exalam aromas únicos, e que esses aromas meio que “carregam” a nossa genética. Estranho? É sim. É como se apenas nos apaixonássemos pelas pessoas que temos mais chance de gerar descendentes saudáveis e geneticamente melhorados. Ok, pode ser verdade, já que a ciência se baseia em fatos, mas eu não generalizaria tanto.

Existem tantas coisas que fazem uma pessoa se apaixonar pela outra...

Mas estávamos falando do que vem antes da paixão, a atração.

Então, lá em cima eu perguntei se você queria saber se eu cheguei a alguma resposta sobre isso. Sinceramente? Não.

O que realmente faz com que uma pessoa se destaque no meio de uma multidão? Uma amiga minha falou isso em um texto dela que ela apagou. A pessoa é cool, como todas as outras, mas tem algo nela que atrai. (de novo citando você Paah). O que seria essa coisa? Não sei.

Se você acompanha o meu blog, provavelmente (ou não) deve ter percebido que eu estou “apaixonado” (não tenho certeza...hehehe, estou tentando não me machucar depois). E esse sentimentos começou exatamente com essa atração inexplicavel. Eu simplesmente nunca tinha visto a garota na minha vida e, quando entrei no mesmo lugar onde ela estava (uma reunião de mocidade espírita), simplesmente não tive como não reparar nela sentada lá, de pernas curzadas, e também não pude me impedir de ficar olhando o tempo todo para ela. E olha que eu só fui ouvir a voz dela uma hora depois, se bobear. Só que eu já tinha certeza de que ia pelo menos tentar me aproximar dela e, quem sabe, fazer acontecer algumas coisas mais. ;D

Não sei se um dia vou realmente entender o que é que acontece quando isso ocorre, se acontece nesse plano, ou outro, uma dimensão diferente ou é algo que ainda esta completamente fora do meu entendimento.

O fato é que eu vou continuar sempre sentindo e me entregando a tais forças, até que uma delas seja correspondida e eu finalmente possa parar de procurar.

^^

(ouvindo Apocalyptica apenas para me desligar da propaganda política)

18 de agosto de 2010

O tempo não para

Tá, o titulo é um plagio sim, mas e daí? Hehehe

Me inspirei pra falar do tempo! hehehe E uma frase caiu no momento exato: “entaaum quer dizer qe cada segundo deveria ser vivido com preciosidadee?! huuuuuuum, mas elees passam taum depressa :/”. (Thanks Paah! ;D)

Você conhece a teoria de relatividade de Einstein? Provavelmente já ouviu falar dela, mas sabe o que ela diz? Resumidamente ela fala que o tempo é relativo à velocidade que você se movimenta. (mais ou menos isso) difícil, beleza, vamos a uma explicação simples: ficar dois segundos com uma nota de cem na mão, é um tempo muito pequeno não é? Experimente então ficar com uma panela de pressão quente nas mãos pelo mesmo tempo. Vai parecer uma eternidade.

Tudo é relativo, como a Paah mesmo falou respondendo a um comment meu e quer algo mais relativo que o tempo?

Realmente existem segundos que passam rápido demais, preferencialmente aqueles que você quer que passe mais devagar. Tenho certeza que você já passou pela experiência de estar com amigos ou até com um(a) garota(o) e as horas passarem tão rápido quanto minutos e, quando você se dá conta, a hora de ir embora já chegou. Tenso isso.

Mas existem segundos também (muitas vezes os que queríamos que passasse mais rápidos) que demoram muito a passar. Nem sempre isso é algo ruim, as vezes é muito bom. Uma experiência própria também. se você leu o meu texto “Breves momentos” ou se falei com você essa semana, sabe que eu fui atropelado. Se não sabe, fica sabendo agora.* Então, naquele momento, o tempo passou extremamente devagar para mim (mesmo que eu não tenha certeza de algumas partes do acidente, estão um pouco confusas). Na hora que o carro me acertou eu tive mais do que tempo para pensar (reagir na verdade, não me lembro de pensar muito) e me preparar para a queda. O momento entre o impacto da minha mão no chão e a hora que a minha cabeça se chocou contra o mesmo pareceu ser tão grande que, quando eu bati a cabeça, já estava achando que tinha acabado (é, foi bem estranho).

O que eu quero dizer é que o tempo não é uma linha definida, com escalas e medidas exatas. Ele muda, é elástico, estica e encolhe e, muitas vezes, não faz isso devido à comandos ou desejos nossos. Isso é algo muito bom e também muito ruim. Não sei se você já passou por momentos de perigo como eu (já foram mais de um para mim. Vários na verdade). Nessas horas o tempo passa mais devagar mesmo (se você não entrar em desespero e manter a mente clara, é óbvio), o que é muito bom, pois é como se você tivesse mais tempo para pensar e não morrer.

Nas ocasiões em que os segundos correm, esta em nossas mãos fazer com que cada segundo seja o melhor, para quando nos lembrarmos deles, não nos arrependermos por uma palavra não dita, um gesto não feito, um olhar não dirigido, um abraço ou um beijo não dado.

Até mesmo quando os segundos não estão correndo como queríamos, pare e pense, pois, como disse a minha amiga, tudo é relativo, sempre há um novo ângulo de se observar as coisas.

Quantos segundos são necessários para um gesto, um olhar, um beijo? Muito poucos, ou até mesmo muitos. Tudo depende de como NÓS queremos que o tempo passe, depende de como administramos o nosso tempo.

Só que, mesmo sendo relativo, ele não é tão assim, o tempo não volta. O momento perdido, ficou para trás. E nós sabemos lidar com esse tempo da maneira certa? Não.

Esse ano eu não estou trabalhando, tá difícil arranjar um estagio. Não faz muito tempo eu estava pensando em fazer alguma coisa que não vou me lembrar agora o que era. Certo momento eu pensei: droga, eu não tenho tempo para fazer isso. COMO NÃO? Eu não faço porra nenhuma a tarde inteira. Chego da facul e nem estudar eu estudo. Nas férias beleza, eu passei quase todos os dias no computador escrevendo meu livro, mas antes, nada. O que acontece com o meu tempo então? Eu o desperdiço. Com o que? Nem eu sei.

E você? Tem também a impressão de que o seu tempo esta mais curto do que deveria estar? Muitas vezes desejamos que nosso dia tivesse 48 horas para podermos fazer todas as coisas que quiséssemos, mas, na verdade, isso não é necessário. Basta apenas que saibamos administrar cada segundo da nossa vida, aproveitá-los e usá-los com coisas úteis. Em vez de chegar em casa da escola e ir para a cama dormir, porque você não vai ler um livro, estudar um pouco, escrever, desenvolver um hobby? Faça coisas produtivas com o seu tempo. Faça com que as coisas que você quer que aconteça ocupem os segundos da sua vida!

O tempo é muito valioso e nós não damos à ele o devido valor. Tem gente que diz ‘pra que, vamos ter outra chance mesmo, não dizem que sempre há uma segunda chance?’. Porque desperdiçar a primeira chance? Só por preguiça? As vezes a segunda chance pode não aparecer, ou vir de uma maneira diferente, não aquela que realmente gostaríamos.

Viva cada segundo com preciosidade.

Um segundo pode sim, mudar a sua vida.


*Se quiser saber sobre o meu atropelamento com mais detalhes leia o texto "Breves momentos", neste mesmo blog!!

;D

17 de agosto de 2010

A dança das estátuas

Um dia eu estava vendo televisão em um domingo monótono (como geralmente são os domingos) e me impressionei com uma reportagem “Fantástica” (pã, pã, pã, pã nã.... Pã!)

Eles pegaram um daqueles caras que trabalham como estátuas humanas e o colocaram no meio do povão para assistir ao jogo do Brasil das oitavas da final da copa do mundo (eu acho ^^), e o desafiaram a ficar parado durante todo o jogo, inclusive o intervalo.

Meu, são noventa minutos, fora os acréscimos e a pausa de uns quinze minutos entre um tempo e outro. Eu não conseguiria.

Essas pessoas ganham a vida na inércia de sua falta de movimento, sustentam-se na imobilidade, movimentam-se em sua quietude. São dos mais variados: anjos, robôs, estátuas de bronze e de prata, Elvises e monstros.

Gosto dos anjos, ele são os mais espertos. Ficar parado durante um bom tempo, tudo bem, pode-se treinar isso, mas... e piscar? Você fica horas sem piscar? Nem mesmo minutos nós conseguimos! Por isso os anjos são espertos: eles fecham os olhos. Assim eles entram mais ainda na personagem. Olhos fechado ajudam a passar tranqüilidade, a aparência fica mais angelical.

Está vendo? Todos tem truques.

Existem também um outro tipo de estátuas. São as estátuas de verdade, de bronze, mármore, pedra sabão etc. Possuem os mais variados tamanhos, forma, posições e expressões. Exalam sentimentos e eternizam um movimento. Não mudam. Ainda assim, transformam-se. Cada um as enxerga de um jeito, analisa suas formas e curvas à sua própria maneira. Mesmo estando condenadas à imobilidade eterna, essas estátuas vivem.

Observe atentamente a face de uma estátua. Não vê em seus olhos a alma de seu criador?

Necessitam de outros para que vejam novas paisagens, respirem novos ares, porém, nunca abandonam seu objetivo: ficarem imóveis.

Passemos agora a um terceiro grupo de estátuas. Eu as denominaria de “estátuas vivas”. Não confunda esse grupo com o primeiro: são totalmente diferentes.

Essas estátuas estão vivas sim, mas eu não diria que elas vivem. Elas sobrevivem.*

Podem ser qualquer um, até mesmo eu ou você, só que eu não acredito nisso. Eu estou aqui, escrevendo, e você está ai, lendo, e isso prova que não nos encaixamos nesse grupo.

Elas passam a existência sem um rumo certo, não possuem um objetivo. Vagam por caminhos tortuosos que, na realidade, possuem apenas uma curva.

Cansam-se de voltar sempre ao mesmo ponto, entretanto, em sua ignorância, afirmam que tal caminho é diferente, nunca passaram por ali.

Perdem-se nas avenidas da vida. Entremeiam-se nas paredes labirínticas do ser. O “não ser” toma conta de seus seres, usando sombras para iluminar seus caminhos.** Olham para a escuridão e acreditam que ela é Luz. Dentro de si, nem um vagalume luminesce.

Cruzam com centenas de almas iguais a si e se perguntam porque os espelhos as perseguem. Sombras refletem-se por todos os lado, criando emaranhados que grudam no corpo e perseguem o espírito.

Um ponto ao longe mostra-lhes o caminho e elas o ignoram uma, duas, três vezes. Quando tal desaparece, perguntam-se se ficaram cegas. Cegas não. Loucas, talvez.

Afundam-se no lodo de suas emoções e lá ficam, vivas, cada vez mais imóveis.

Ao fim, param de se mexer. Mas não morrem. Condenaram-se às sombras e lá ficarão eternamente, até que um novo ponto apareça e convença-as de que, na imutabilidade das trevas, não há Luz.

*Saiba mais no texto “Vivendo ou Sobrevivendo”, neste blog!

**Saiba mais no texto “Sombra e escuridão”, neste blog!

16 de agosto de 2010

Breves momentos

Sábado foi o primeiro dia que não postei. =/ Mas foi por um bom motivo também.

Estava eu no bairro Vila Mariana de São Paulo, após assistir ao filme Salt no shopping Santa Cruz (muito bom!! ;D). Resolvi então passar no metrô Vila Mariana para alugar uma bicicleta para dar uma volta. Era 6:30 da noite. Até ai, blz, estava escuro mas no problems. Estava andando e pensando, sem deixar de prestar atenção na rua, é claro, quando, de repente, ao entrar em uma rua, sai um carro que simplesmente não freou para entrar na outra rua. Eu, ao contrario, freei na mesma hora e quase perdi o controle da bicicleta duas vezes. Consegui me manter de pé e quase consegui desviar do carro. Infelizmente ele acertou a traseira da bicicleta e eu voei. O pior é que se o cara tivesse sido esperto e desviado um pouquinho para o lado, ele não me acertava.r?

Devo ter ficado pelo menos 3 segundos no ar. Mas passou tudo tão devagar. Eu tive tempo de pensar: PUTA QUE PARIU, eu tinha que ser atropelado? Então eu vi o chão vindo na minha direção. Estiquei o braço instintivamente, sem pensar, para amortecer a queda. Senti o impacto na mão e fui dobrando o braço para não quebrar meu cotovelo (ao contrário do que a maioria das pessoas fazem). Cai em cima do ombro direito e não consegui evitar a cabeça de bater no chão.

- Ai.

Foi o que eu falei.

Na mesma hora, percebendo que eu estava inteiro, deitei de costas no chão e comecei a rir. Foi da hora. Uhauahauhauhauhahua Um pouco de adrenalina sempre faz bem. No final apenas zoei um pouquinho o músculo do antebraço, nada demais, nem ta doendo mais. Quem tem habilidade é outra coisa não é? ;D

Mas esse acidente me fez pensar em outra coisa. No texto anterior eu falei em como um segundo pode mudar a sua vida. E não é que pode mesmo? E se eu tivesse demorado um segundo a mais para me desviar? Eu tinha acertado o carro de frente, ai sim eu ia me machucar. E se o cara que me acertou fosse um daqueles loucos que matam por uma batida de retrovisor? É, um segundo realmente pode mudar a nossa vida.

Mas sabe o que isso me mostrou também? O quanto a vida é breve.

Já parou pra pensar quanto tempo, quantas oportunidades nós perdemos por medo de arriscar? Medo de que possa dar errado? Ou por simples acomodação, preguiça de se mexer? Eu rio desse acidente hoje porque, graças a Deus, nada aconteceu comigo. Mas e se tivesse acontecido? Quem pode dizer o quanto minha vida ia mudar?

O problema é que damos importância demais para pequenos problemas, nos desesperamos com coisas que podem ser encaradas com mais calma. Vamos aproveitar a vida, vivê-la com mais intensidade uma batida de retrovisor? egundcleta e eu voei.

te controle da bicicleta duas vezes. consegui ! Aproveite cada oportunidade que aparecer, invista nela com todas as suas forças. Está apaixonado? Viva essa paixão, dê a chance de ela se transformar em algo mais. Como você pode saber o que pode ou ia acontecer se você não tentar?

Arrisque-se mais (sempre com prudência, é claro), você nunca sabe quando o segundo que vai mudar completamente a sua vida vai chegar.

15 de agosto de 2010

Apenas Palavras


Não sei exatamente o que escrever. Eu recebi uma noticia... hum, bombástica, eu diria, e perdi um pouco o fio dos pensamentos. Ai me deu vontade de escrever e eu estou aqui agora.
Estranho como as coisas mudam tão rapidamente na sua vida não é? Uma hora são uma coisa, e na outra, todas as esperanças se desfazem em um segundo, só para aparecem em um fiozinho tênue logo em seguida. E dizem que um segundo não é importante. Um segundo pode mudar toda a sua vida.
Quantos segundos já não foram definitivos na minha vida? Mesmo não sendo tão importantes assim (pra mim são) eu poderia citar alguns aqui, mas eles não vem ao caso agora.
No momento (não sei onde isso vai levar nem o quanto isso vai mudar minha vida) o segundo mais importante, e até mais triste, foi o que sucedeu a mensagem inesperada. Nunca passei por um segundo tão longo. Mas beleza, essas coisas acontecem mesmo, ninguém nunca disse que a vida era perfeita e eu já sei disso há muito tempo.
O que eu não entendo é porque ela tem quer ser assim. Porque tem que ser tão difícil? Tão dura? Não acredito em destino, mas as vezes acredito que certas pessoas não nasceram para viver certas coisas, por mais que elas queiram fazer isso. Me revolto quando dizem “Se tiver que ser, será”. NÃO VAI! Se eu não tomar a atitude, agir nas horas certas, executar as ações corretas, não vai ser. Não adianta ficarmos sentados esperando as coisas acontecerem como Deus quer. Deus não guia as nossas vidas por nós, é por isso que temos o direito de escolha.
Mas e quando você se cansa de agir e, mesmo assim, as coisas não acontecem?
Vem aquele desânimo já muito conhecido, aquela vontade imensa de chorar e se entregar, desistir e deixar a vida seguir sozinha, sem participar realmente dela. Porque, meu, mesmo você se esforçando para que as coisas aconteçam, elas teimam em dar errado.
Já há algum tempo eu admiti na minha vida o “Sim, eu posso”. Eu sei que posso, acredito que posso fazer qualquer coisa. Mas que a tristeza bate de vez em quando, ah ela bate. É muito difícil se manter firme sobre todos os problemas da vida. Dói muito e é necessário esforço, perseverança e coragem.
Sinto meu coração apertado enquanto escrevo, pois não sei nem como vai ser o meu presente, quanto mais o futuro.
Porque as distâncias precisam existir? Porque tantos problemas tem que ser colocados no caminho? Porque as coisas não podem ser fáceis, pelo menos uma vez? Já me perguntei isso centenas de vezes e acho que vou continuar me perguntando enquanto alguém não vier me dar uma resposta.
Como já falei não sei exatamente o objetivo desse texto. Eu só precisava escrever um pouco.
Valeu...

13 de agosto de 2010

Um pequeno capítulo

Eu corria desesperadamente pelas ruas de uma cidade fantasma. A noite caía lentamente, o Sol lançando seus últimos raios no que poderia ser o meu último dia.
As luzes estavam acesas por toda parte, nas ruas, nas casas, nos prédios. Brilhavam malevolamente, como se estivessem perversamente satisfeitas com o destino que se aproximava. O ar começava a me faltar enquanto meus músculos cansavam. Mais um pouco e não poderia mais fugir.
Não me preocupei em gritar pedindo ajuda: ninguém atenderia. As ruas estavam vazias, as casas estavam vazias. Não havia ninguém na cidade.
Todos haviam fugido quando tiveram tempo. Os que não puderam fugir estavam ai, em algum lugar, desumanizados, estátuas vivas, andando a esmo, condenados a uma eternidade de submissão. Não poderiam me ajudar.
O Sol desapareceu ao longe e sua luz evanesceu rapidamente no ar pesado.
Minhas pernas começaram a falhar, os pulmões doíam a cada movimento. Tropecei nos meus pés e cai no chão. Senti que havia aberto um buraco no meu joelho por baixo da calça, o sangue escorria pela perna. Virei rapidamente, olhando em volta. Sentei no chão e respirei fundo várias vezes, tentando normalizar seu ritmo. Não dava pra continuar agora, eu precisava de uma pausa.
Eu sentia que eles estavam perto, meu fim estava perto. Eles me rondavam além do alcance das luzes fracas dos postes, que pareciam perder força lentamente. Eu sabia que eles não podiam fazer isso, não eram tão poderosos, mas meu cérebro parecia estar começando a falhar por causa do medo. A adrenalina corria pelo meu sangue, mesmo assim eu não me sentia apto para me defender. Não havia defesa contra eles.
Um poste perto piscou e falhou. O pânico começou a querer me dominar. Levantei na hora em que ele se apagou. Por algum motivo esse súbito decréscimo de luminosidade aumentou ainda mais o meu medo. Desatei a correr novamente, sem rumo.
Desde a hora que me pusera em movimento, mais cedo, eu não fazia idéia de para onde ir. Eu conhecia aquela cidade, crescera ali, mas não sabia para onde ir. Não havia para onde ir.
O arrependimento começou a me dominar. Porque motivo eu tinha ficado para trás quando todos tinham fugido? Tá, essa resposta eu sabia. Eu não queria fugir. Queria ficar e lutar. Outros tinham se engajado na defesa junto comigo, havia uma chance de vencermos, de derrotá-los, mesmo que fosse mínima. Não havia dado certo.
Nossa resistência começou a fraquejar. Alguns de nós foram pegos e agora não passavam de semi-humanos, vagando por ai.
Eles, por outro lado, tinham se multiplicado.
Eu sempre tive certeza de que eles não poderiam, não iriam, me pegar. Não, pelo menos, enquanto eu tivesse meus amigos comigo. Mas agora nem eles estavam ali. Eu estava sozinho, finalmente.
Não posso culpá-los, eles tentaram me levar com eles. Eu é que não quis ir. Acreditava que havia realmente um meio de derrotá-los, apostei todas as minhas fichas nisso. Apostei a minha vida. E agora, eu ia perder a aposta.
Corri por mais algumas dezenas de metros, meus passos ecoando abafadamente na atmosfera pesada. Eu os sentia cada vez mais perto, cercando-me, invisíveis.
A rua parecia não ter mais fim. Era uma eternidade de asfalto e luzes que se seguiam, com seus espaços de escuridão entre elas. E era ali que eles agiam. Na ausência da luz.
Mesmo sendo imateriais, não se sentiam à vontade na presença de luz. Eles se aproveitavam dos medos das pessoas, principalmente o do escuro, e era quando elas fraquejavam que eles agiam, subjulgando-as. Talvez esse fosse um dos motivos que me levaram a resistir tanto tempo. O escuro não me assustava. Nem as sombras, que eram um dos seus outros meios de “ataque”. O problema das sombras era que a maioria das pessoas não as entendiam realmente como elas eram. As que tomavam conhecimento d’Eles antes de serem dominadas, tentavam se refugiar nas sombras de suas casas. Sombras não são escuridão, porém as pessoas as confundem como tal, assim elas geram a ideia de escuridão, e é através dessa ideia que Eles atacam.
Parecia que eu estava andando em círculos. Eu conhecia aquele lugar e sabia que aquela rua não era tão longa, eu já devia ter chegado à algum lugar, ainda que isso nada significasse.
Parei novamente quando não tinha mais forças. Eles já estavam mexendo com a minha cabeça, criando ilusões. Um poste atrás de mim apagou, assim como outro dezenas de metros a frente. Eu olhava ao redor, sentindo a presença deles com intensidade. Eu não tinha mais forças para me defender.
As luzes foram se apagando aleatoriamente até que a que estava em cima de mim apagou também. Na mesma hora eu senti o movimento deles. Mesmo que estivessem em uma dimensão diferente, Eles provocavam alterações nesta. Sai correndo para outro ponto de luz. As lâmpadas continuaram queimando uma após a outra até que apenas o poste logo a minha frente e o que estava acima de mim tinham luz.
Olhei para o alto quando o outro poste se apagou. Não haviam estrelas no céu, ainda que milhares deviam poder ser vistas, já que não havia nenhuma outra luz acesa na cidade além daquela minha.
Eu não enxergava nada além do pequeno circulo iluminado pelo poste que diminuía rapidamente, como se a escuridão ao redor estivesse engolindo a luz por toda a sua circunferência, como um buraco negro.
Por fim a luz brilhava fracamente em cima de mim e um pequeno feixe ainda me envolvia, sobrevivendo enquanto eu tivesse forças para resistir. Forças essas que cessavam rapidamente.
Fechei os olhos um segundo antes da esperança apagar e me entreguei ao destino inevitável.

12 de agosto de 2010

Para Sempre

Gosto de falar de sentimentos, pois, como digo em “Um pouco mais de mim” ali em cima, somos luz e sentimentos. E porque falar apenas de sentimentos intensamente sublimes como o amor ou tão fortes como a paixão? Hoje vim falar também de amor, mas de uma variação dele, que pode ser tão forte quanto o original.

Na vida, estamos sujeitos a amores e paixões, sentimentos que podem trazer muita alegria e felicidade na mesma medida que podem nos fazer sofrer. Quem nunca sofreu por uma paixão não correspondida? Eu, muitas vezes.

Enquanto eu ouvia o som das pipocas estourando na cozinha, escrevia esse texto e podia me lembrar de diversos dos motivos que me levaram a escrevê-lo. Motivos esses que mudaram minha vida em diversos aspectos, mudaram meu jeito de ser e pensar, agir e, se hoje sou como sou, devo muito à esses motivos.

Tais motivos aparecem na nossa vida assim que começamos a viver e assim começam a nos influenciar, nos divertir, nos fazer pensar e brigar. Todos nós os encontramos às centenas, porém, não são tantos os que ficam.

Eles transformam “pequenas coisas em grandes momentos de felicidade”, nos fazem ver o lado bom da vida e são um consolo imenso nos momentos difíceis.

Pois é assim que agem os amigos.

Amigos são aqueles que te emprestam a lição de casa sem achar ruim e não usam isso contra você depois. Fazem um trabalho e depois colocam o seu nome, deixam que você cole a vontade nas provas de inglês e literatura, mesmo que ele saiba que você não estudou por preguiça. Ficam do seu lado mesmo quando você está errado e ambos sabem disso. Eles acreditam que você é capaz, que você vai conseguir, te incentivam. Eles também não te escondem a verdade, tentando te enganar ou fazer você se sentir melhor. Eles te mostram as coisas como elas realmente são, porque querem o melhor para você. Os amigos não lembram de você apenas no momento em que te encontram ou vêem uma foto sua. Eles mandam uma mensagem no celular, no orkut, lembrando de você no dia do amigo, te mandam o link de uma comunidade porque, quando a viram, eles lembraram de você. Você pode passar anos e anos sem ver um amigo, mas quando o encontra, vocês conversam como se vissem-se todos os dias.

Quer fazer um teste? Chame uma pessoa que você considera seu amigo para te ajudar em uma enrascada. Se ela aceitar antes mesmo de você falar o que é, pode confiar que ele é seu amigo. Porque amigos fazem isso, eles confiam, amigos toleram e esquecem, perdoam, te aceitam do jeito que você é, não discriminam ou acusam.

Quem já não brigou com um amigo? Mas brigou feito, de parar de se falar? Eu já. Briguei com uma pessoa que, de tão amiga, eu chamo de irmã. Ficamos um ano sem nos falarmos e eu só fiquei feliz novamente quando fizemos as pazes. Só que tem amigos de verdade sabe a falta que eles fazem.

E aquela pessoa que faz a mesma piada que você na mesma hora? Do que você chamaria isso? De amizade.

Amizade é uma forma de amor que sintoniza as pessoas com tal intensidade que, antes mesmo de você chamar seu amigo pra te ajudar na mudança, ele se oferece. A amizade faz a pessoa atravessar a cidade (ou não) para te ajudar a carregar madeiras, fazer força e suar. Porque? Porque somos amigos.

Amigos são aqueles que estão ao seu lado nas horas difíceis. Te escutam quando você precisa falar, contam quando querem ser ouvidos.

Amigos riem quando dizem oi e não te zoam quando você conta a piada do leão. Amigos se abraçam.

Até mesmo no amor de homem e mulher é preciso haver amizade, porque senão, como suportaríamos as horas difíceis? As amizades duram anos sem fim, começam no pré II, na sexta série, no primeiro colegial, fora da escola, longe de casa, muito longe de casa, em eventos, de repente, em outras vidas. Não sei se você já passou por isso, mas quer prova maior da duração da amizade do que você conhecer uma pessoa em um dia, conversar, rir, fazer e receber uma massagem dela e, dois dias depois, já estar sentindo falta dela como se ela tivesse estado presente em toda a sua vida?

Isso acontece porque as amizades são assim.

Preserve suas amizades, faça novos amigos, abrace-os, digam o quanto gosta deles. Serão eles que te ajudarão quando você mais precisar.

^^

 
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