18 de dezembro de 2010

Vivendo na terra do nunca


Adoro quando tenho “crises de excesso de inspiração”. (É o terceiro texto seguido que escrevo).
Quantos anos você tem? Considera-se uma pessoa madura? (maturidade nada tem a ver com idade). Se sim, me responda uma coisa: Você, então, não se considera uma criança, certo? Tenho certeza que não, ainda que tenha apenas 13 anos. Pelo menos, um adolescente você é, senão, já um adulto. Que pena.
Eu me considero maduro (um pouco).
Eu me considero uma criança.
As crianças carregam toda a sabedoria que a humanidade esqueceu.
O que é ser adulto para você?
É trabalhar, ir para a faculdade, comprar uma casa, sustentar essa casa, ter responsabilidades, aprender a dirigir, comprar um carro, é cumprir com suas obrigações acima de tudo, fazer seu papel na sociedade, mostrar aos outros que é capaz, retribuir o que seus pais fizeram por você, criar os filhos com responsabilidade e dignidade... Sim, ser adulto é tudo isso.
Só que tem mais um pouco também.
Não sei se já sou adulto, não me considero um. Pelo menos não no sentido que as pessoas imbuíram à essa palavra.
Quando as pessoas “viram adultos” parece que elas sofrem uma lavagem cerebral. Na maioria das vezes, é uma lavagem feita por nós mesmos.
Classificamos na nossa cabeça que, por exemplo, a imaginação é algo de crianças. Que brincar de pega-pega é uma coisa infantil. Que fazer guerra de água na piscina é ridículo. Que correr apenas por correr é idiotice. Que gastar algum tempo com um videogame é pura perda de tempo. Que dizer “eu te amo” é algo vergonhoso. Quantos não se privam de tudo isso e muito mais...
Se ser adulto é não fazer nada disso, eu quero ser criança!
Quero que meu corpo cresça e se desenvolva, quero assumir responsabilidades, quero trabalhar, aprender a dirigir, comprar um carro, uma casa, me casar, ter filhos, mas quero também que meu espírito viva para sempre na terra do nunca, sem esquecer que o que realmente nos faz feliz são aquelas pequenas coisas, aquele beijo roubado, aquela piada idiota, fazer cócegas em alguém, apostar corrida no meio da rua, jogar videogame com os amigos, deitar na grama e apenas olhar para o céu...
A sociedade nos impôs regras e nos fez acreditar que elas devem ser seguidas, nos fez acreditar que para ser adultos temos que esquecer como é ser crianças. Não temos! As crianças é que realmente são felizes, realmente sabem ser felizes.
Você perdeu a criança que um dia viveu em você? Porque não tenta resgatá-la? Vá um dia no Hopi-Hari, esqueça das suas preocupações e simplesmente se divirta como quando era pequeno e sem problemas.
E você? Conseguiu senti-la ainda aí dentro? Não deixe que ela vá embora então, alimente-a e deixe que ela tome conta algumas vezes (mas não esqueça de suas obrigações, é claro! ;D).
Devemos ser felizes e não é nos tornando o Capitão Gancho que vamos conseguir fazer isso.
Sejamos a Wendy, que aprendeu que se deve crescer, mas nunca esquecer como é a Terra do Nunca.

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