23 de janeiro de 2012

Resenha: Os Filhos de Húrin

Título: Os Filhos de Húrin
Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Páginas: 336
Skoob: Livro

Num tempo muito remoto, muito, muito antes dos tempos de “O Senhor dos Anéis”, um grande país estendia-se para além dos Portos Cinzentos a Ocidente: terras por onde outrora caminhou Barbarvore, mas que foram inundadas no grande cataclismo com que findou a Primeira Era do Mundo.
Nesse tempo remoto, Morgoth habitava a vasta fortaleza de Angband, o Inferno de Ferro, no Norte; e a tragédia de Túrin e a sua irmã Niënor desenrola-se sob a sombra do medo de Angband e a guerra forjada por Morgoth contra as terras e cidades secretas dos Elfos.
 

Para mim, não importa o que as pessoas digam, Tolkien é um gênio fantástico e, por mais que muitos digam que não, melhor que George R. R. Martin.

Afinal, o Tolkien não escreveu apenas uma série de sucesso. Ele escreveu um mundo, um universo inteiro.

A saga de O Senhor dos Anéis se passa na Terceira Era da Terra-Média, milhares de anos depois de o mundo ter sido criado pelos Valar (para saber mais sobre os Valar e a criação da Terra-Média, leia O Silmarillion, de Tolkien), e é apenas o fim da história que ele escreveu. Antes disso há um mundo inteiro de histórias.

Os Filhos de Húrin, conta exatamente a história de seu título, a dos filhos de Húrin. Húrin foi um descendente de Beren, o maior e mais poderoso homem que passou pela Terra-Média. Beren se casou com uma elfa, Lúthien, e desafiou Morgoth, por isso ficou tão conhecido. Sua história é contada em O Silmarillion.

Húrin, sendo descendente de Beren, nada menos poderia ser do que um grande homem, que também desafiou Morgoth, que, na verdade, é Melkor, o primeiro e mais poderoso dos Valar, os seres que criaram o mundo.

Húrin acaba sendo aprisionado por Morgoth, que lança uma maldição sobre a sua família, dizendo que a sua sombra pairará sempre em cima deles, levando-os a tristeza e a maus caminhos.

A casa de Húrin então se desfaz sob o ataque de Morgoth sobre a Terra-Média, o que força Túrin, seu filho mais velho, a abandonar sua mãe e irmã, que, com o tempo, acabam tendo que sair de suas terras também.

Túrin se torna um grande homem, digno de sua descendência, um grande senhor e guerreiro, mas a má sorte está sempre acompanhando-o em suas decisões, que, por mais que sejam bem intencionadas, acabam trazendo o mal para aqueles que o cercam, inclusive para sua irmã, Nienor, a qual acaba reencontrando após muitos anos.

Neste livro o estilo clássico de Tolkien está, é óbvio, presente em cada linha, com sua forma detalhista de descrever tudo, mas apenas aquilo que é mais necessário, ainda que isso já seja muita coisa.

Confesso que quando fui começar, tive medo de que fosse como Contos Inacabados, uma leitura cansativa e sem ritmo, mas me surpreendi com o conto, como dizem, mais sombrio de Tolkien. No fundo, não há felicidade na história dos filhos de Húrin. É uma história triste, mas que nos apresenta novos fatos sobre a fantástica história da Terra-Média.

Para os que apenas assistiram aos filmes ou simplesmente “gostaram” dos livros d’O Senhor dos Anéis, acredito que esta história não seja muito relevante.

Àqueles que são fãs dos livros de Tolkien, historiadores fascinados pela Terra-Média, não apenas por O Senhor dos Anéis, recomendo este livro como uma ótima e construtiva leitura.

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