6 de janeiro de 2012

Resenha: O Nome do Vento

Título: O Nome do Vento
Autor: Patrick Rothfuss
Série: A Crônica do Matador de Rei
Editora: Arqueiro/ Sextante
Páginas: 656
Skoob: Livro 

Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso.

Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado.

Quando esses seres do mal reaparecem na cidade, um cronista suspeita de que o misterioso Kote seja o personagem principal de diversas histórias que rondam a região e decide aproximar-se dele para descobrir a verdade.

Pouco a pouco, a história de Kote vai sendo revelada, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame.

Nesta provocante narrativa, o leitor é transportado para um mundo fantástico, repleto de mitos e seres fabulosos, heróis e vilões, ladrões e trovadores, amor e ódio, paixão e vingança.



Fascinante. Envolvente. Empolgante. Emocionante. Inspirador. Intenso. Mágico.

Durante toda a leitura a única dificuldade que tive foi em não acabar virando duas páginas de uma vez só, o que aconteceu várias vezes, porque as folhas são um pouco finas. Poucos foram os livros ultimamente que conseguiram despertar em mim ansiedade, nervosismo, apreensão, raiva, medo, uma pontinha de desespero, alegria, inspiração, amor e outros sentimentos. Este foi um deles.

Kvothe (ou Kote) é uma personagem simplesmente diferente de qualquer outro que já tenha lido antes.

Esta história não pode ser classificada como um épico medieval como O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo. Tem um estilo diferente, mas nunca inferior.

Na maioria das histórias de fantasia, há um herói. Às vezes ele não é poderoso, como o caso de Frodo. Às vezes é ou aprende a ser, como em Eragon, ou às vezes os heróis são homens comuns e muitos, como em As Crônicas de Gelo e Fogo.

Em O Nome do Vento, não se sabe se Kvothe é ou não um herói. Sabe-se que ele é poderoso, já no começo do livro, sabe-se que é uma pessoa boa e que foi reverenciado no passado, afinal, histórias são contadas por todos os lados. Mas por quê um herói se esconderia? O que se esconde no passado de Kvothe?

A história é contada em dois tempos diferentes. Um é o “tempo real”, com o Kvothe já depois de todo seu treinamento, e o outro é a história dele, a qual ele conta ao Cronista, Devan Lochees, uma personagem que vai atrás e coleciona histórias.

Com o aparecimento de Devan, Kvothe resolve se entregar às memórias do passado que tenta esquecer. Outro motivo para pormos em dúvida o heroísmo de Kvothe é isso: o que aconteceu de tão ruim em seu passado para ele querer esquecê-lo?

O problema é que, mesmo você sabendo que ele pode ter feito coisas assustadoras, é impossível não tornar-se seu amigo ao saber de seu passado, onde ele aprende uma magia diferente de qualquer uma que se vê em histórias fantásticas por aí (talvez tenha alguma semelhança com Eragon, mas apenas alguma, sendo que seu nível é superior).

Não se sabe se o objetivo de Kvothe, ao ir para a Universidade, era ser um arcanista ou procurar informações sobre o Chandriano, um grupo de assassinos que povoa histórias para crianças, mas que é muito real. Na verdade, seu objetivo é os dois, mas nem ele sabe qual é o mais importante para ele.

No meio de seu aprendizado, ele conhece Denna, uma encantadora mulher que o conquista completamente, e esse romance, para mim, é um dos melhores que existem nas histórias por aí. Por mais que Kvothe diga não levar jeito com as mulheres, ele é o melhor conquistador que já tive a honra de ler sobre.

Das palavras, nasce o arrepio que percorre o corpo, subindo e descendo em seu caminho de sentimento. Os sentimentos descritos no livro são intensos e nos fazem arrepiar enquanto lemos.

E o melhor de tudo! Quando terminamos, percebemos que não conhecemos praticamente nada da história de Kvothe ainda! Tudo o que o levou a ser quem é, a se esconder em uma pousada de um vilarejo perdido, está praticamente por vir ainda. E quer saber? Não é nem um pouco frustrante, mas sim, empolgante.

Se fosse para resumi-lo em poucas palavras, eu não conseguiria em menos de três.

Intenso. Mágico. Fascinante.

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