19 de janeiro de 2012

Resenha: As Crônicas de Gelo e Fogo – A Fúria dos Reis

Título: A Fúria dos Reis
Autor: George R. R. Martin
Série: As Crônicas de Gelo e Fogo
Editora: Leya
Páginas: 656
Skoob: Livro

Um cometa da cor do sangue e fogo atravessa o céu. E a partir da cidade antiga de Dragonstone às margens proibidas de Winterfell, reina o caos. Seis nações lutam pelo controle de uma terra dividida e pelo Trono de Ferro dos Sete Reinos, preparando-se para o embate através de tumulto, confusão e guerra. É um conto em que irmãos conspiram contra irmão e os mortos se levantam no meio da noite. Neste lugar uma princesa se disfarça como um garoto órfão, um cavaleiro espiritual prepara um veneno para uma feiticeira traidora, e homens selvagens descem das Montanhas da Lua para devastar o campo de batalha. Com um pano de fundo incesto, alquimia e assassinato, a vitória pode chegar aos homens e mulheres possuidores do aço mais frio… e corações mais gelados. Quando há um confronto entre reis, toda a terra treme.

A Fúria de Reis traz em suas páginas todo o esplendor prometido pela série “As Crônicas de Gelo e Fogo” e pelo primeiro volume desta. Sua narrativa intricada com personagens extremamente complexos nos revela traições, conspirações, mortes, magia e acontecimentos simplesmente inesperados. A guerra pelo Trono de Ferro dos Sete Reinos continua, e ainda mais sangrenta do que antes. Milhares morrem e batalhas ganhas são perdidas de formas muito bem trabalhadas. Estratégias de guerra brilhantes sobrepõem os números, assim como a traição.

Martin é realmente um gênio. Através da forma que escreveu seu livro, vemos os acontecimentos e história a partir da visão de muitas personagens. Quando acaba um capítulo, nos vemos desejando que a parte narrada por aquela personagem volte para podermos saber o que aconteceu com ela a seguir.

Na grande história da guerra pelo Trono de Ferro, dezenas de histórias paralelas se desenrolam, várias delas diretamente envolvidas com a guerra enquanto duas outras estão mais “à parte”, ainda que seus desfechos vão influenciar a tudo.

As criaturas fantásticas reveladas no fim do primeiro livro crescem, mas ainda não tomam um papel mais incisivo na história, deixando a sua magia e poder para o próximo volume, provavelmente, que será quando os dragões voltarão ao reino de Westeros.

Para além da Muralha, Jon Snow vê sua vida mudando completamente, até mesmo sua lealdade (ou, esta última, supostamente mudando).

A forma de escrita é tão detalhista quanto o do livro anterior, mantendo-nos presos às páginas. Porém, achei este livro bem mais parado que e houve partes que tive que me esforçar para continuar a ler, porque estavam realmente monótonas. Não cansativas, mas sem muita ação.

Pela forma que as coisas acontecem, é quase como se Martin misturasse a fantasia com o enredo de um romance policial, pois aquilo que ele nos induz a pensar num instante acaba se revelando totalmente diferente depois, sem contar as vezes em que ele coloca algo que nos faz imaginar que possa ser uma coisa, mas não nos dá a certeza, que só virá muitas páginas depois.

A cada página, novas criaturas fantásticas aparecem, novas magias surgem, novas reviravoltas acontecem.

Comparam esta série à d’O Senhor dos Anéis, mas são tão diferentes, tanto na escrita, quanto na história, que parecem até mesmo pertencer à gêneros diferentes. Uma coisa, porém, este livro tem em comum com o segundo volume da série de Tolkien, que é a história mais detalhada e parada d’As Duas Torres.

Em resumo, talvez o primeiro da série ganhe em alguns pontos, mas este livro não deixa de ser fantástico a cada nova página e termina com tanto suspense, com tantas coisas inacabadas e sem ideia de como podem acabar, que nos faz querer desesperadamente ler o terceiro.

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