O que você pensa ao sentir o toque gélido do vento?
A carícia suave de uma respiração?
Um arrepio te persegue por dentro?
Sente a força com a qual bate o coração?
Dedos frios, macios, percorrem seu corpo,
Deixando em seu rastro algo como a força do fogo,
O toque do gelo.
A respiração que se entrecorta sucede
A incoerente tentativa de guardar o calor que não se perde,
O fogo que renasce,
E que num tremor desejamos que nunca passe.
Os poros se abrem, cheiros se misturam
E na imaginação, imagens sempre figuram.
Lábios úmidos se encontram famintos,
E em um momento de perda de razão,
Todo o sentimento se junta à emoção, à sensação.
É assim que o desejo nasce então.
De um encontro de corpos que são pura vontade,
Eu vejo o que todos querem de verdade:
Pertencer um ao outro e deitar junto ao corpo,
Olhar através dos olhos para aquele verdadeiro fogo.
A boca desce suavemente por lugares antes proibidos,
As mãos despem-se de pudores e vestem-se das libidos,
Mostram e escondem,
Os sentidos correspondem,
E o que antes era suave torna-se sempre mais intenso,
E o pensamento tenta superar o sentimento,
Mas em apenas um movimento,
A alma se despe de todo acanhamento
Assim como o corpo que já não possui um único vestimento.
Nus de alma e corpo os espíritos se entregam
Àquilo que todos sempre se negam
E o instinto comanda os desejos que se alimentam.
Da razão só restou a imaginação que nunca que lhe pertenceu,
E agora cada um, homem e mulher, farta-se do que é seu.
Na mente apenas uma imagem,
No corpo só restou a coragem.
Das novas sensações, quantas outras não se poderia sentir?
Porque as pessoas nunca cansam de mentir?
O que todos sempre quiseram
É exatamente aquilo que nunca tiveram
Uma vontade mais forte que o pudor,
O desejo poderoso do amor,
A força de derrotar todos os medos,
Se entregar a todos os desejos
E deixar que se transformassem no prazer,
Prazer aquele que sempre desejaram ter.
Ouvindo Hurricane – 30 seconds to Mars.
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