22 de novembro de 2011

A Terra do Nunca



Acabei de escrever um texto meio brisado sobre o “talvez” e, quando fui procurar uma imagem para o texto, acabei entrando em outro blog, que tinha um texto também sobre o “talvez”. Percorri rapidamente uma ou duas páginas e vi lá um post que falava do lançamento de um livro. Fiquei empolgado para descobrir do que se falava, quando e onde seria. Afinal, eu também sou um blogueiro que publicará um livro. Mas havia alguma coisa errada ali, alguma coisa errada no clima que estava “no ar do blog”. Eu estava desconfiando, mas foi nos comentários que tive certeza.

Uma pessoa (amiga, mãe, namorada, irmã) do dono do blog estava cuidando da publicação do livro dele, do sonho dele de publicar um livro, pois ele havia morrido. Morreu antes de conseguir realizar o seu sonho.

Isso mexeu comigo, eu confesso, ainda mais por causa de dois trechos do texto dele sobre o “talvez”, que eu li, exatamente o começo e o fim do texto. Eram assim.

“Talvez eu não morra hoje. Talvez eu viva (...). Talvez eu pare de escrever. Ou não… Pois é escrevendo que eu vivo. E enquanto estiver escrevendo, talvez eu não morra nunca”.

Lendo comentários no blog dele, descobri que ele morreu este ano, aos vinte e um anos de idade.

Eu tenho vinte.

Como são incríveis as coisas que podem acontecer na nossa vida. Temos um sonho em comum, mas a diferença é que eu verei, realizarei o meu com minhas próprias mãos, enquanto ele apenas poderá assistir ao seu livro “Minha Terra do Nunca” sendo publicado. Ele sonhava ser jornalista, em viver das suas palavras, assim como eu também sonho em fazer.

“Talvez eu não morra hoje. Talvez eu viva”. Essas palavras foram escritas no ano de dois mil e nove. Realmente, naquele dia, ele não morreu.

“E enquanto estiver escrevendo, talvez eu não morra nunca”.

Não o conheço, não sei praticamente nada sobre ele, não sei como ele era, não conheço seus amigos ou família. Apenas li um texto que ele escreveu com um tema igual ao meu e, por alguma força maior do que posso compreender, acabei parando em seu blog por causa de uma simples imagem que, entre todas as do “Google”, me chamou a atenção. Eu poderia ter simplesmente escolhido a imagem ao lado e então não saberia dessa história.

Mas mesmo não sabendo nada do Thiago, a não ser os talvezes que ele escreveu, sei que, onde quer que ele esteja, ele está escrevendo e, assim, está sim vivo, mas vivo da maneira que ele queria viver, pois eu sei, entendo e compreendo, ainda que só tenha lido aquelas poucas palavras, qual era o sentimento que o impulsionava através das páginas, pois eu sinto o mesmo e posso fazer minhas as palavras dele: Enquanto eu estiver escrevendo, talvez eu não morra nunca.

E sabe o maior “acaso” de todos? O livro dele será lançado exatamente no mesmo dia que o meu, o evento começando apenas meia hora mais cedo... É algo, pelo menos, intrigante.

Saber dessa história me deu ainda mais vontade de não desistir do meu sonho, de continuar escrevendo e escrevendo meus livros e publicar tantos quantos eu conseguir, pois eu não sei se, daqui a algum tempo, eu estarei impossibilitado de realizar esses sonhos com as minhas próprias mãos.

Fico feliz pela pessoa (acho que é a mãe dele) que batalhou para ver o sonho do Thiago realizado, pois, se fosse comigo, eu ficaria extremamente feliz que fizessem isso por mim.

Bem, não sei mais o que escrever. Só posso dizer que fiquei emocionado com essa história.

Dedico esse texto a você, Thiago Tristão, onde quer que esteja, ao lado dos seus amigos espirituais.

O blog deste amigo. http://thiagotristao.wordpress.com/

5 comentários:

Márcia Tristão disse...

Nossa Gustavo que Lindo... e agora quem se emocionou fui eu. Sou a mãe do Thiago, e desde o dia que ele deixou de conviver fisicamente conosco, em 30 de março de 2011, em casa, na frente do computador, vítima de um AVC encéfalo hemorrágico, que tenho dedicado grande parte do meu tempo organizando o livro e o lançamento dele. Procurei editoras e gráficas, montei o livro e pedi ajuda a uma amiga que fez a editoraçao - depois te conto detalhes, fiz talvez não do jeito que o Thiago faria, mas não com menos amor. E se o blog dele, e daqui pra frente, o livro dele também, estimular, incentivar outras pessoas a realizarem seus sonhos, já vai ter valido a pena! Thiago defendia muito a idéia de sermos quem somos, nós mesmos,assumirmos-nos e sermos felizes assim.
Lendo o livro você terá uma idéia melhor sobre meu filho. Um garoto super alto astral, divertido, e tinha muita pressa em viver, e vou te falar: ele viveu intensamente. Realmente sinto que ele é um espírito de LUZ!
Estou impressionada com as "coincidências" principalmente do dia do lançamento ser o mesmo. Sucesso para você meu querido, e vamos nos falando! Beijo carinho, Márcia Tristão.

Ingra disse...

A cada momento que passa, acredito cada vez mais que o Thiago se tornou um anjo que levará sensações boas à várias pessoas ainda!! Compartilho do mesmo sentimento que vc, Gustavo. De não ter o conhecido, mas de se identificar com os maravilhosos textos dele.
Adorei esse seu texto!! Adorei o se blog! Mtooo sucesso pra vc!

Gustavo R. Fragazi disse...

É, no mínimo, difícil de explicar esse sentimento, não é? Tenho essa certeza, também, que ele está fazendo muitas coisas boas do lado de lá, ajudando as pessoas.

Obrigado, Ingra!
Beijos!

Mônica Garcia disse...

Gustavo, sou Mônica, amiga, 'meio prima", "meio madrinha de crisma" (não deu tempo de crisma-lo)do Thiago Tristão. Ele era exatamente como a Márcia ( mãe dele) o descreveu. Mas, acho que o que melhor lhe retrata é a palavra "INTENSIDADE". Ele era intenso em tudo o que fazia e principalmente em cativar os corações daqueles que os conheciam.
Não existem coincidências!!! Boa sorte para vc e muito sucesso! Grande abraço.

Ingra disse...

Com certeza Gustavo.. é mto difícil de explicar, mas ao msm tempo é mto bom!!
Espero que o lançamento do seu livro tenha sido um sucesso!!
Beijos

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