9 de novembro de 2011


Quando eu era criança, lá pela minha época de nove anos, comecei a me fazer aquelas perguntas básicas que ouvimos das bocas de pensadores antigos: qual a razão disso tudo, da vida, da nossa existência? Deus realmente existe? É, eu duvidava da existência de Deus com nove anos de idade.

Nunca havia tido uma religião. Na verdade, nunca havia me interessado por nenhuma. Minha mãe não me levava à igreja, ou culto, ou qualquer coisa assim. Ela me falava de Deus, que ele existia e era o nosso pai, e que eu devia acreditar nele. Eu acreditava, até, mas esse negócio de fé cega nunca foi meu estilo. Não que eu precise de provas para acreditar na existência de Deus, mas eu preciso de um raciocínio lógico que me leve a acreditar, e até aquela época, nada disso tinha me sido apresentado, o que acabava me levando a duvidar.

Só que aí, um belo e maravilhoso dia, me foi apresentada uma doutrina. No começo, eu não estava muito a fim de ir não, muito menos de frequentar um grupo de jovens que estava sendo formado, mas minha mãe insistiu e insistiu e me fez começar a ir. Obrigado, mãe.

Nessa doutrina eu encontrei as respostas para todas as minhas dúvidas, até para aquelas que eu nem sabia quais eram as perguntas ainda. Foi-me apresentada uma vida por um novo ângulo, um novo prisma, e eu passei a entender muitas, mas muitas coisas mesmo, que antes me angustiavam. O melhor de tudo foi o desejo que isso me despertou.

Estudar.

Concordo que não sou o mais aplicado dos estudantes, deixo a desejar muitas vezes, mas a sede por conhecimento pulsa dentro de mim e toda e qualquer coisa nova que eu puder conhecer, eu conhecerei, irei atrás, perguntarei e tudo isso por causa de uma indicação.

O Espiritismo entrou na minha vida e mudou-a completa e irreversivelmente. E, é claro, mudou para melhor. Me trouxe, como já disse, muitos novos conhecimentos, trouxe novos e grandes amigos, paixões, amores e, também, muitas novas perguntas, indagações. O que move o mundo não são as respostas, mas sim as perguntas. Elas sim fazem as pessoas estudarem e conhecerem, aprenderem, inventarem, e o Espiritismo me dá a liberdade para duvidar de toda e qualquer coisa, inclusive dele próprio, me levando a conclusões à partir destas indagações que me fazem ver a lógica e razão por trás da doutrina e crer completamente nele.

Há pouco tempo, uma nova vontade surgiu em mim, e eu pretendo segui-la daqui pra frente. Vontade de estudar, de aprender cada vez mais, de ler mais sobre o assunto, mas, acima de tudo, vontade de ser melhor, de aplicar aquilo que aprendi, de usar o conhecimento que tenho para tornar a mim e as pessoas ao meu redor um pouco melhores. E eu vou fazer isso sim.

É difícil, eu sei que é difícil e muito, na verdade, mas se eu não tentar, não começar, não me esforçar, vai ser ainda mais difícil. Afinal, isso um dia vai ter que ser feito. Porque não pode ser agora, então?

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