Outro dia estava ouvindo um relógio de corda que tenho na cabeceira da minha cama no silêncio retumbante que estava o meu quarto e pensei em algumas coisas interessantes.
Primeiro, uma pergunta: em que momentos vivemos as nossas vidas?
Não momentos felizes ou tristes, não esses. Mas os momentos mais simplificados, os momentos no sentido dos que se sucedem infinitamente um ao outro, os momentos do tempo.
Em quais tempos do tempo vivemos nossas vidas?
Nós as vivemos uma vida de cada vez? Uma geração? Uma década? Um ano, um mês, ou um dia por vez? É o que dizem para fazermos, não é? “Viva um dia de cada vez”. É meio difícil isso.
Pense bem. As coisas acontecem em qual medida do tempo, realmente?
São nas horas? Hum.. quantas coisas não podem acontecer em uma hora, não é? Acho que não são nas horas não. Nos minutos, talvez? Ainda acho errado, pois em apenas um minuto eu posso ir do céu ao inferno nesta Terra, posso fazer com que passe o resto da minha vida na cadeia ou livre por ai.
Acho que vivemos nossas vidas com um pouco mais de especificidade.
Você já parou para pensar em quantas coisas acontecem em um único segundo? Um segundo pode parecer um tempo curto demais, mas não é. Ele é longo, longo mesmo e pode ser interminável, depende apenas do que acontece nele.
Pensemos assim: um segundo segurando uma nota de cem reais na mão, é muito pouco certo? E se você passasse esse mesmo segundo com uma panela de pressão quente nas mãos? Ele não passaria tão rápido, com certeza.
Voltando.
Um segundo e mais do que o tempo necessário para que seu corpo perceba duas vezes que está sentindo dor, um segundo a mais que um lutador demora para se esquivar de um golpe decide a vitória ou a derrota, um segundo a mais que você ficasse parado no meio da rua você seria atropelado e morto. Um segundo muda tudo.
As nossas decisões são tomadas nos segundo, até mesmo nos milésimos de segundo, eu diria, mas ficaria muito abstrato pensar desse jeito, por isso vamos ficar nos segundos mesmo.
Se você toca algum instrumento, sabe do que estou falando. Se não toca, observe um musico tocar, veja quantas notas ele não toca por segundo. Para uma melodia de Beethoven ou Vivaldi ser tocada na plenitude de sua harmonia, muitas notas precisam ser tocadas a cada segundo. Experimente falhar apenas uma, aquela que leva apenas um oitavo de segundo para ser tocada, e você perceberá a falha na musica.
Segundos são valiosos e importantes. São neles que vivemos, não esqueça disso. As decisões são tomadas neles e, tome a decisão errada ou no segundo errado, e pronto, nada nunca mais vai ser como era antes.
Por isso, se você quer viver bem a sua vida, viver bem os seus segundo, gaste alguns para pensar em como vai levar os outros, mas, principalmente, não gaste mais do que deveria pensando. Gaste-os agindo, vivendo.
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