Como medir o tempo passado ao lado dela?
Talvez esse tempo até pudesse ser quantificado caso eu tivesse uma mente como a
de um computador, que gravasse inexoravelmente cada segundo vivido por mim. Mas
eu não a tenho, e, assim, posso gravar apenas o tempo que se passou desde que
ela entrou na minha vida.
Há outro tempo, também, e ainda mais difícil
de ser mensurado.
Quantas horas, ou segundos, ou dias (esta
última medida, muito mais provável), já não gastei (gastar? Talvez este não
seja o melhor verbo. Aproveitei. Sim, esse é bom) estudando suas feições,
analisando suas reações, aprendendo sobre ela? Não importa em qual das medidas
se conte, com certeza os números que a expressam são muitos. E isso tudo teve
ótimos resultados. Hoje eu poderia dizer que sou uma espécie de PhD no
comportamento dessa pequena garota de cabelos lisos e loiro escuro (ou
castanhos claros, caso tal escolha de palavras para definir a tonalidade agrade
mais a tal senhorita), olhos verdes (ou seriam da cor de um mel denso e escuro?
Talvez uma mistura de ambos. Na verdade, não sei. Qual seria a luz que está os
iluminando agora? Há lágrimas em seus olhos [eles ficam mais claros quando ela
chora]? Ou é apenas a luz deste dia nublado que reflete neles?), nariz pequeno
e reto (que ela diz ser de batata, mas eu não acho que seja), olhos pequenos
que dizem tudo o que se pode saber sobre o que se passa em sua alma, boca
macia, de lábio inferior farto e superior mais fino, rosto redondo, mãos
pequenas e gordinhas (as mãos mais macias que já senti em toda a minha vida),
sorriso fácil e encantador e muitas vezes tímida, com aquela perfeita cara de “santinha”,
que desaparece quando estamos na cama.
Posso dar muitos outros detalhes sobre ela,
mas isso não seria justo. Porque eu deveria compartilhar conhecimento adquirido
em tantas horas de estudo e observação, de forma tão simples assim? Há coisas,
também, que nunca divulgaria, não importa o quanto me fosse oferecido, porque
me orgulho de ser simplesmente o único a saber de tais coisas.
Quanto a conheço? Às vezes até mais do que
ela mesma.
E mesmo sabendo de tantas coisas sobre ela,
acabo sempre me surpreendendo com mais uma nova informação, que logo se
acrescenta à lista existente.
Se soubesse desenhar, poderia criar sua
imagem perfeita apenas de cabeça, não importa se fosse só o seu rosto ou o
corpo inteiro, com suas roupas preferidas ou totalmente nua.
E cada vez que a vejo sorrir seus muitos
sorrisos diferentes, fascino-me uma vez mais (tem aquele onde os lábios não se
separam e os olhos fitam algo que está mais abaixo, o cabelo escondendo o rosto
[este é o de timidez], tem também aquele onde os olhos fitam os meus
intensamente, estreitando-se, os lábios esticados, mostrando bem seu lindo
sorriso, a cabeça meio virada de lado [esse é o provocante, malicioso], ou
aquele onde os olhos brilham, o sorriso não tem como ser maior, e os olhos, não
tem como ficar menores, de tão apertado que é quando ela está plenamente feliz.
Junto com esse sempre sai uma risadinha, na maioria das vezes, algo como “hihi”).
Muitos outros tipos de sorrisos ela tem,
assim como tem também suas infinitas risadas (ah, que belíssimas risadas ela
possui), mas quantas linhas precisariam ser escritas para descrever cada um
deles.
Só posso dizer que, se soubesse compor, para
ela seria minha mais perfeita música. Se soubesse pintar, ela seria a musa de
minha obra de arte. Se criasse uma personagem em uma história inspirando-me
nela, seria a mais complexa e expressiva personagem que eu poderia construir.
E por mais que tudo isso pareça ser
complexo, por mais que eu tenha levado dias e dias, semanas e meses de
observação para adquirir tal gama de conhecimentos, o motivo para isso é bem
simples.
Eu a amo.
0 comentários:
Postar um comentário