Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus
Páginas: 586
Skoob: Livro
Há muitos e muitos anos, há tantos anos quanto o
número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi palco de um terrível levante.
Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a
tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores.
Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo
mundo dos homens até o dia do Juízo Final.
Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo
do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do
expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se
juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o
Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do
universo.
Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império
Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra
medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana,
mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas
heróicas, magia, romance e suspense.
A primeira
impressão que este livro me passou, da primeira vez que o vi, alguns anos
atrás, não posso precisar se muitos ou poucos, foi que ele seria uma tentativa
de junção da visão católica do mundo ao universo de fantasia. O primeiro
pensamento foi que esses dois pontos não se ligam tão bem assim, por isso não comprei
o livro. A história deveria ser chata e cheio de misticismos, dogmas e leis que
acho um tanto absurdas. Nos últimos tempos, porém, tomei curiosidade por lê-lo,
graças às críticas positivas e também ao sucesso do livro, já que seu autor,
Eduardo Spohr, publicou seu segundo livro (o qual eu também pretendo ler).
A história de “A
Batalha do Apocalipse” gira em torno de Ablon, um anjo renegado, expulso do céu
pelo arcanjo Miguel por incitar uma rebelião contra a autoridade e tirania dos
arcanjos, seremos supremos criados por Deus que foram deixados no comando da
Terra após o findar do sexto dia da criação, início do sétimo, quando Deus adormeceu
após dar a vida aos homens. Era tarefa dos arcanjos que reinassem e servissem
aos homens com sabedoria, preservando o trabalho de Deus, até que o sétimo dia
terminasse e Deus despertasse para julgar a todos, após o Apocalipse.
Os arcanjos não
fizeram isso, mas sim instalaram um reinado de massacres sobre a espécie humana
por pura inveja. Afinal, Deus havia concedido a alma e o livre-arbítrio aos homens,
os anjos e arcanjos não possuíam nenhum dos dois.
Em alguns
momentos da história, a narrativa se torna um tanto cansativa por causa da
grande quantidade de informações. Afinal, além de contar o “tempo presente”, em
vários momentos ela conta sobre o passado de Ablon com a Feiticeira de En-Dor,
Shamira, outra personagem principal do livro.
Em um primeiro
momento, pode-se pensar (eu pensei) que essas histórias do passado são apenas
páginas para preencher o livro, para deixá-lo maior, já que não interferem
realmente de forma direta no tempo presente, mas então as coisas vão se
explicando e ficando mais claras, e então percebemos nessas histórias os
motivos para as coisas acontecerem depois, conhecemos peças fundamentais do
passado de ambas as personagens e assim a história fica ainda mais rica.
O fato de Spohr
ter ligado sua história á história real do nosso planeta conta apenas pontos a
mais para o seu livro. Ele une ambas as “narrativas” de forma muito eficiente,
explicando acontecimentos e guerras do passado do ponto de vista que os humanos
não poderiam conhecer, já que muitas das catástrofes foram arquitetadas pelos
arcanjos e postas em prática pelos anjos.
Mesmo assumindo
o caráter católico de visão do mundo, ele faz significativas mudanças com
explicações lógicas bastante convincentes, que me fizeram continuar grudado às
suas páginas ao invés de fechar o livro e colocá-lo de lado.
Resumindo, o
livro é exatamente o que está escrito na capa da edição que possuo. “Não há, na
literatura brasileira conhecida, um livro que se pareça com a Batalha do
Apocalipse”. (Ou pelo menos são essas palavras que me lembro de estarem
escritas lá).
Leiam, é uma
leitura relaxante e emocionante em alguns pontos, ótima para nos desligarmos da
nossa realidade e adentrarmos em uma paralela que parece demais com a real,
mas, é claro, com seus muitos toques de fantástico. Afinal, o Apocalipse não é
algo impossível de acontecer. Lá, fomos nós, os humanos, que o provocamos.
0 comentários:
Postar um comentário