Eu estava lendo o livro “Dragões de Éter, Caçadores de Bruxas” – que por sinal é muito bem escrito, e me deparei lá com uma linguagem onde as palavras não eram necessárias, mas sim que se abrisse a mente para as intenções que elas ocultam e, para se falar, bastava pensar firmemente na intenção do que queria dizer que as palavras sairiam normalmente.
E isso me fez pensar no assunto.
Afinal, para que realmente existem as palavras?
“Para nos comunicarmos, oras” você vai dizer “afinal, como diríamos o que é uma cadeira sem a palavra cadeira?”. Ah, mas então a definição de algo com quatro pernas, um assento paralelo ao chão e um encosto perpendicular ao mesmo é “cadeira”?
Não. A definição é exatamente essa que eu dei ai em cima. Porque, senão, cadeira teria pelo menos 59 definições diferentes apenas pelas línguas presentes no Google Tradutor. Isso significaria que cadeira é uma coisa, chair é outra, stoel ou voorsitter em africâner são outras, Председатель em russo seria outra e por ai vai. Mas, no fim, todas elas têm um assento paralelo ao chão apoiado sobre quatro pernas de madeira e um encosto perpendicular. Algumas podem apresentar um ou outro adereço, mas na essência não deixam de ser cadeiras.
Bem, se descobrimos que a palavra cadeira não é o que define o objeto em si, podemos supor, pos simples lógica, que esse fato se aplica a todas as outras palavras, certo? Afinal, o que viaja a mais de mil quilômetros por hora não as letras “S”, “O” e “M”, mas sim as ondas sonoras geradas pela vibração de nossas cordas vocais com a passagem do ar, por exemplo.
Então, reitero: para que existem as palavras?
Não seria simplesmente MUITO mais fácil se pudéssemos simplesmente abrir as nossas mentes para as intenções de quem fala? “Ah, mas até parece que isso é possível”, muitos vão dizer. E porque não seria? Você tem ou já teve um amigo(a) muito próximo ou namorado(a) e, antes mesmo de ele(a) falar algo, você sabia o que seria? Ou simplesmente olhou nos olhos dele(a) e sabia o que estava pensando? E ainda afirma que não podemos ler as intenções ao invés de ouvir palavras?
Pense como seria simples.
Não haveria mais poliglotas e, é claro, as pessoas que trabalham com tradução ficariam sem emprego, a não ser na linguagem escrita, porque deve ser realmente difícil colocar intenções no papel. Mas voltando, você não teria mais que se matar por anos para aprender a falar diversas línguas, pois haveria apenas uma que seria entendida pelo mundo inteiro.
Mas sabe porque não conseguimos fazer isso? Simplesmente porque ainda somos ignorantes demais para isso, temos a mente limitada e fechada demais, e é a nossa própria inteligência que faz isso. Pois, se você olhar para os animais, poderá ver que eles entendem as intenções um do outro com muita facilidade, inclusive entre espécies diferente, pois sabe-se que um predador pode ir beber água perto da presa e esta não fugir, pois sente que, naquela hora, o predador não está com fome, por isso não irá atacá-la.
Mas não somos tão espertos quanto os animais – espertos, não inteligentes – preferimos muito mais complicar as coisas para mostrar nossa “superioridade”. Pobres mortais que somos. As coisas seriam muito mais fáceis se deixássemos o orgulho de lado e percebêssemos que não há apenas uma maneira de se fazer as coisas.
Enquanto não aprendemos, vamos então continuar apanhando, né. Fazer o que.
2 comentários:
basta pensarmos em pessoas com deficiencia, surdas e/ou mudas, apesar de nao se comunicarem da mesma forma que nós, podemos nos compreender perfeitamente...
Amanda Marchini
verdade. onde eu trabalhava havia um surdo mudo q nem a linguagem de sinais sabia, mas ainda assim eu o compreendia, até mesmo quando nao entendia os gestos dele.
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