(Publicado na antologia "Destinos Fantásticos)
Seu nome é Diana. Você está sentada próxima
a uma das saídas
de uma das cidades-estados que ainda se mantém
em pé.
O campo de proteção
impede que os poucos sobreviventes da espécie
humana que restam no mundo sejam dizimados por aquelas criaturas terríveis que surgiram de um dia para o
outro, de algum inferno perdido nas profundezas do planeta. Sentada, aqui, você vê Alan
se aproximar com um sorriso presunçoso
no rosto, como sempre. Ele lhe acompanhará em uma missão
além
dos limites do campo. A situação
do planeta é calamitosa.
Há muito
tempo falava-se do aumento da temperatura, dos níveis
dos mares, superpopulação.
Tudo isso mudou. A população
se resume a milhares, quem sabe alguns pouquíssimos
milhões,
no mundo todo. Os mares? Destruídos.
Alguns praticamente secaram, outros se espalharam pelos continentes, poluídos. O mundo hoje é quente,
muito quente. Apenas onde a tecnologia está presente pode-se ter uma vida confortável. Ainda assim, mesmo com todos
esses problemas, é o
seu mundo, o mundo que você protege
e tenta salvar.
1 -
Alan está tão preparado quanto você, mesmo sendo uma missão de busca. Vocês
se cumprimentam e entram em uma nave, que Alan faz com que levante voo e
atravesse o campo de proteção.
A partir de agora suas vidas estão
em risco. Vocês
não
discutiram, antes, um plano de ação.
Analisam, então,
rapidamente as opções.
Seria seguro separarem-se? As buscas seriam mais rápidas
assim, poderiam conseguir voltar antes de o sol se pôr,
e esse é um
fator muito importante não
para o sucesso da missão,
mas sim para a sobrevivência.
de vocês.
Sobrevoam as áreas
arrasadas. É difícil aceitar que há pessoas
vivendo fora do campo só porque
não
têm
condições
financeiras para isso. Dinheiro é um
mal que deveria ter sido extinto há séculos. Vocês
pousam no local estabelecido e se olham, decidindo o que fazer. Separar-se de
Alan: vá para
o trecho 2. Continuar com Alan: vá para
o trecho 3.
2 - Você sobe
em uma das brilhantes motos da nave. Alan segura seu braço.
“Toma
cuidado, Diana.” Você meneia
a cabeça
e, sem dizer nada, acelera. O veículo
ganha velocidade rápida
e silenciosamente, deixando um rastro de luz azul. As casas destruídas passam velozmente, assim como as
pessoas meio esfarrapadas que te observam. Não
devia haver condições
para viver atrás
do campo de proteção.
Não
existe apenas um tipo de perigo no mundo. A vida de cada uma daquelas pessoas
deve ser um tormento diário,
uma incerteza de vida e morte. Você ativa
o GPS/ radar da moto. O radar serve para identificar vida orgânica, qualquer que seja ela. Chega ao
limite da cidade. À sua
frente há apenas
um deserto de destroços,
escondendo a morte em cada curva. Realizar buscas na parte habitada: vá para
o trecho 4. Seguir em frente: vá para
o trecho 6.
3 - Você sobe
em uma das brilhantes motos da nave. Alan sobe na outra. Olham-se antes de
colocarem os capacetes. Ele ativa o campo de força
da nave antes de partirem. “Para
onde?”,
ele pergunta. “Ainda
não
sei. Ligue seu radar e fique de olho.” Pontos vermelhos brilham na tela
holográfica
por todos os lados, sinais dos humanos ao redor. É horrível
pensar que há condições para se viver atrás do campo de proteção. Existem muitos perigos no mundo.
Vocês
chegam ao limite de habitação.
Daqui para frente a cidade está abandonada.
São
quilômetros
quadrados sem fim para buscar. Alan olha significativamente para você. O que fazer? Cada um ir para um
lado: vá para
o trecho 13. Continuar juntos: vá para
o trecho 5.
4 -
Talvez essa não
seja exatamente uma boa ideia. Você já saiu
em muitas missões
além
do campo e também
já andou
muito por aqui, mas nunca sozinha. Se topar com muitos inimigos as coisas podem
ficar feias. Você vira
a moto e volta para a parte habitada. Pelo estado das pessoas, o status
desta área
não
vai continuar sendo esse por muito tempo. Elas parecem meio esfomeadas,
amedrontadas, desesperançadas.
Logo serão
derrotados se não
receberem ajuda. E tudo o que você queria
era poder ajudá-las,
mas não
é permitido.
Chega novamente à nave.
O rastro da moto de Alan é facilmente
captado pelos sensores da sua, vai ser fácil
encontrá-lo.
Uivos cortam o silêncio
da devastação.
Ir ao encontro de Alan: vá para
o trecho 8. Afastar-se dos lobos: vá para o trecho 9.
5 -
Vocês
percorrem lentamente as ruas, atentos a qualquer ponto verde que possa aparecer
nos radares, e também
nos vermelhos, é claro.
Depois que essa parte da cidade foi abandonada (e é uma parte muito grande), os monstros
antigos do planeta que viviam por perto a tomaram para si. Não só como um abrigo próximo às
suas vítimas,
mas também
para protegerem-se. Aquelas malditas coisas matam qualquer coisa que se
movimenta. Alan rompe o silêncio
repentinamente. “O
que te move, Diana? O que faz você não desistir, não
perder a esperança?".
Você olha
para Alan. Ele não
olha de volta, não
há sorrisos
no seu rosto. Responder a pergunta: vá para o trecho 7. Não conversar além
do necessário:
vá para
o trecho 16.
6 -
Você acelera.
Há várias horas de luz solar pela frente,
terá tempo
para retornar. Você está se
arriscando e sabe disso. Eles geralmente vêm
desta área,
mas já você vasculhou
os arredores da cidade dezenas de vezes e nunca encontrou nada. Fica de olho no
radar que brilha no painel holográfico
à frente
do seu rosto. O objetivo daquela missão
é encontrar
um ponto verde nele, que pode significar a cura para o mundo. Segue por
caminhos aleatórios
em meio aos escombros, quase sem fazer som algum, até que algo surge no radar. Um ponto
vermelho. Aqui um ponto vermelho com certeza significa problemas. Deve ter te
farejado, pois se aproxima bem rápido.
Tentar despistar: vá para
o trecho 9. Ir ao encontro: vá para
o trecho 10.
7 -
Você respira
fundo, tentando lembrar e não
lembrar ao mesmo tempo. O problema não
é a
memória
em si, mas os sentimentos que ela desperta em você.
Lobos correndo, três
pessoas em círculo.
O brilho dos disparos. “Corra,
Diana!”.
Não
consigo me mover. Os lobos atacam. A resistência
não
consegue aguentar. Dois deles caem, sobra apenas um, sem arma, apenas uma
espada na mão.
“Pai!”. O lampejo do aço, um ganido. Outros dois se seguem.
Sangue pinga da lâmina.
De repente, um brilho laranja ilumina o local. Corro.
Respiro fundo para me controlar. “É isso
que me move.” Um
apito desperta vocês.
No radar, um ponto vermelho. Separar-se para despistar: vá para o trecho 13. Ir ao encontro: vá para
o trecho 10.
8 -
Você aciona
o modo de perseguição
da moto. O veículo
acelera sozinho, te levando pela cidade, usando os rastros energéticos como guia. Você sai
da área
habitada e entra na parte abandonada, muito maior do que os poucos quarteirões que ainda possuem vida. São centenas de quilômetros quadrados para procurar. Você já andou muitas vezes por aqui, mas
nunca se sabe se uma vida não
poderia nascer de repente no meio da morte, não
é?
Ouve um uivo distante. Parece vir mais ou menos do mesmo lado para onde está indo.
Não
há nada
no radar. Ainda não,
pelo menos. Realizar as buscas com Alan: vá para o trecho 5. Afastar-se dos
uivos: vá para
o trecho 9.
9 -
Você acelera
por entre casas e prédios
destruídos,
restos centenários
da civilização
dos seus antepassados, indo mais longe do que pretendia. Coisas como a que te
seguem agora sempre existiram no mundo, já as que causaram a ruína da espécie
humana surgiram há pouco
mais de um século.
Outros pontos aparecem no radar, correndo na sua direção.
Você é obrigada
a ir cada vez mais rápido,
cada vez mais longe de qualquer lugar. Finalmente, depois de certo tempo, eles
somem. Faz uma curva e se depara com uma barreira de destroços. Tenta achar um caminho para
contorná-la.
Não
há,
estão
todos bloqueados. É seguir
a pé ou
procurar em outro lugar. Continuar a pé:
vá para
o trecho 11. Buscar em outro lugar: vá para o trecho 22.
10 -
Você vira
a moto abruptamente. Respira fundo e gira a mão.
A roda derrapa com a aceleração
brusca. A adrenalina pulsa em suas veias conforme se aproxima do ponto
vermelho. Ouve a respiração
ofegante da fera antes de poder vê-la.
O monstro salta sobre uma pilha de destroços,
indo diretamente para o seu rosto. Joga a moto de lado, lutando para manter o
controle, mas uma pedra no caminho não
te ajuda. A moto voa para longe, girando e quicando no chão,
sendo destruída.
Você se
ergue assim que para de rolar. Vira para encarar o lobo no instante que ele
começa
a correr para você.
Usar a espada: vá para
o trecho 12. Usar a arma: vá para
o trecho 21.
11 -
Você desce
da moto e ativa o radar no seu punho. Anda até a base da pilha de destroços e começa
a subir. São
pelo menos uns dez metros de escalada perigosa, pois todo ponto onde pisa e
segura está solto.
Você escorrega
várias
vezes. Nunca chegou tão
longe, nem sabe a que distância
da cidade está.
Ao chegar ao topo, surpreende-se. Você está na borda de um grande círculo de destruição,
e o morro de escombros que escalou é como um gigantesco anel que isola uma
planície
coberta de cinzas, o resultado de uma devastadora explosão.
O radar em seu punho apita. Olha para trás
e vê um
lobo imenso andando em meio à ruína. Uivos distantes ecoam pelo ar.
Voltar para a moto: vá para
o trecho 19. Descer a pé para
a planície:
vá para
o trecho 23.
12 -
Você desembainha
sua katana. Os olhos negros da fera estão
fixos nos seus. Pela mandíbula
aberta é possível ver as fileiras de dentes
afiados. Uma mordida é morte
na certa. Lembranças
começam
a jorrar na sua memória,
tentando escapar da barreira que tão
cuidadosamente você ergueu
ao redor delas. Lágrimas
queimam pela sua face, acendem seu ódio
como se fossem feitas de um fogo que não
pudesse te ferir, apenas potencializasse as chamas que existem em você. Em dois movimentos rápidos o lobo cai no chão. Uma frase lampeja vinda das memórias. “Lembre-se
sempre que a mente é quem
deve dominar as emoções”. Deixar-se levar pelas emoções: vá para o trecho 15. Reencontrar Alan: vá para
o trecho 37.
13 -
Se vocês
ficarem separados, podem procurar mais rápido
e varrer uma área
maior da cidade. Por mais que aqui seja perigoso, não
é tanto
quanto na cidade devastada. Os perigos, aqui, pelo menos podem ser tocados, não atravessam paredes para roubar suas
almas. Bem, pelo menos não
na maior parte do tempo. Uma grande praça
surge de repente. Você para
devagar, observando ao redor. Conhece muito bem este lugar. Um enorme arranha-céu se destaca das construções ao redor. O vento uiva suavemente
pelos corredores de prédios,
turbilhonando-se sobre uma grande fonte seca no centro do círculo. Aquele edifício te causa uma sensação estranha. Um uivo distante te
assusta, trazendo lembranças
repentinas à tona,
te pegando desprevenida. Olha para o radar. Não
há nada.
Outro uivo, dessa vez mais perto, de outra direção.
Seu coração
acelera. É como
se estivessem te cercando. Se for isso, não
é bom.
Fugir da possível
armadilha: vá para
o trecho 9. Flashback: vá para
o trecho 15.
14 –
Você entra
lentamente no prédio,
atenta a qualquer coisa. O objetivo da missão
pode estar ali, a salvação
da raça
humana. Uma planta. Uma simples planta é o que procura. Se puder encontrar um
ser desta natureza vivo, talvez possam chegar à Gaia, e, assim, quem sabe, salvar sua
espécie.
Quando você chega
ao segundo andar, ouve sussurros subindo as escadas. Seu coração paralisa. Eles estão chegando. Por uma janela, você vê dezenas
do lado de fora. Não
pode lutar, tem que fugir, e só tem
duas escolhas. Subir: vá para
o trecho 31. Descer: vá para
o trecho 36.
15 -
Lobos correndo, três
pessoas em círculo.
O brilho dos disparos. “Corra,
Diana!”.
Não
consigo me mover. Os lobos atacam. A resistência
não
consegue aguentar. Dois deles caem, sobra apenas um, sem arma, apenas uma
espada na mão.
“Pai!”. O lampejo do aço, um ganido. Outros dois se seguem.
Sangue pinga da lâmina.
De repente, um brilho laranja ilumina o local. Corro.
O radar apita. Uma olhada rápida
te diz que é apenas
um lobo. Você aperta
o cabo da espada, o ódio
há muito
reprimido queimando em seu peito. Ele surge no seu campo de visão. Logo atrás
a forma laranja semitransparente de um espírito.
Dar combate aos inimigos: vá para
o trecho 32. Se esconder e deixá-los
passar: vá para
o trecho 27.
16 –
Você continua
olhando para frente. Alan sabe muito bem que você odeia que se metam na sua vida,
porque está perguntando
isso agora? Você nunca
deu liberdade para que ele se sentisse à vontade de perguntar sobre o seu
passado. Você sente
que ele está meio
nervoso, esperando alguma resposta. Talvez esteja apenas querendo ser gentil.
Mesmo assim, você não está a fim de compartilhar experiências com ele. “Vamos
nos concentrar na nossa missão,
Alan. Já é difícil e perigosa demais sem ficarmos
nos distraindo com conversas inúteis”. Um apito encerra o assunto. No
radar, um ponto vermelho. Separar-se para despistar: vá para o trecho 13. Procurar emboscada:
vá para
o trecho 26.
17 –
Você acelera
a moto, o som das patas das feras chegando mais perto. Assim que estiver do
outro lado será mais
fácil
deixá-los
para trás,
com terreno limpo para correr. De súbito,
um lobo, maior que o primeiro, salta de trás
de uma pilha de destroços.
Você freia
e corta para a esquerda, volta a acelerar, puxa sua arma e no momento em que
ele se vira para você,
a boca arreganhada, cheia de dentes enormes, você dispara. O tiro de energia destrói-o por dentro. Ele morre em silêncio. Você acelera, então,
em direção
à rampa.
Quando está praticamente
nela, surge um lobo de lugar algum e bloqueia sua passagem. Você está a
apenas uma dezena de metros dele, não
vai dar para parar. Continuar mesmo assim: vá para o trecho 20. Passar pelo lado
dele: vá para
o trecho 18.
18 -
Quando você está perto
o suficiente para sentir o fedor do hálito
da fera, corta para seu lado direito. Ele demora a reagir, parece que o pegou
desprevenido. Um sorriso começa
a se espalhar pelo seu rosto. Cedo demais. Um forte solavanco arranca a moto de
baixo de você.
Você é atirada
para frente enquanto ouve o som da destruição
do veículo
ao capotar pelos destroços.
Demora alguns segundos até conseguir
parar de rolar pelo chão
e se levantar, ainda na inércia
do movimento. Assim que se põe
em pé,
vê o
lobo correndo desabalado na sua direção.
Enfrentá-lo
com a espada: vá para
o trecho 12. Usar a arma: vá para
o trecho 21.
19 -
Se você tentar
fugir desta besta a pé não irá muito longe, e pode haver outras.
Chega, então,
à moto,
faz a volta e se depara com um lobo de dois metros de altura andando na sua
direção,
dentes arreganhados. Você acelera
e desembainha uma katana que sempre leva consigo. Vai direto para o animal. Ele
corre na sua direção.
No último
instante, você corta
bruscamente para o lado e golpeia com a espada. Gira a moto a tempo de ver sua
cabeça
caindo no chão.
Uivos chegam até seus
ouvidos. Uma dezena de pontos no radar. Você procura um meio de passar com a moto
para o outro lado. Mais à frente,
vê uma
pilha irregular que talvez sirva como rampa. Tentar saltar pela rampa: vá para
o trecho 17. Ir atrás
dos lobos: vá para
o trecho 10.
20 –
Você abaixa-se
na moto e gira o acelerador ao máximo.
O lobo rosna e salta. Vão
colidir. Você vê os
olhos da fera arregalando-se de medo. Ele gira o corpo no ar e, usando a moto
como apoio, salta para longe. O veículo
balança
violentamente. Você está quase
caindo quando decola. Prende a moto com as pernas para que não se distancie de você. O impacto com o chão faz seus dentes estalarem. Tenta
parar, mas perde o controle da moto. Ela sai debaixo de você e
capota. O som da sua destruição
é uma
pontada na alma. Os lobos se silenciam. Não
uivam ou rosnam, nem mesmo parecem andar, e isso não
é normal.
Algo está acontecendo.
Ver o que está acontecendo:
vá para
o trecho 28. Seguir em frente: vá para
o trecho 23.
21 –
Você puxa
a arma e atira. Acerta a cabeça
do lobo, que gane e tomba, ainda vivo. Você parece ouvir a voz do seu pai
novamente. Começa
a correr. O lobo rosna e te segue. Metade do seu rosto se foi com o tiro. Ele
salta. Você gira,
mira e atira. O tiro destrói
seu peito e o tira da trajetória.
Quando cai no chão,
está morto.
Você corre,
então,
até uma
pilha de destroços
para fugir dos outros. Ao chegar ao topo, surpreende-se. Está na
borda de um grande círculo
de destruição,
e o morro de escombros que escalou é como um gigantesco anel que isola uma
planície
coberta de cinzas, o resultado de uma devastadora explosão.
Descer para a planície:
vá para
o trecho 23. Voltar para um local mais seguro: vá para o trecho 28.
22 – É óbvio que você não
se sinte à vontade
de deixar sua moto. Deve ter algum outro lugar que posso usar para passar, com
certeza. Aproxima-se de onde os prédios
ainda estão
em pé,
porém
todos desabitados. Para no limite das duas áreas
e desce da moto para inspecionar uma casa. Não
há sinal
de que algo tenha vivido ali desde muito tempo, nem sinal do que pode ser a
cura para o mundo. Plantas. Não
há mais
plantas, nenhuma. Se você encontrasse
uma, poderia, quem sabe, encontrar a Gaia, salvar o mundo. De repente seu radar
volta a apitar. Um ponto vermelho se aproxima rapidamente. Afastar-se da cidade
abandonada: vá para
o trecho 19. Despistá-los
na cidade: vá para
o trecho 26.
23 -
O silêncio
repentino dos lobos é perturbador,
e por mais curiosidade que você possa
sentir, provavelmente é melhor
que não
descubra por que. Você começa
a correr para o meio da planície,
aprofundando-me mais naquele lugar isolado, ativa o comunicador na sua orelha. “Alan, preciso de ajuda.” Sem
resposta. “Alan?
Está aí?” Nada. Você para de correr. O radar desliga. É o
local. Alguma coisa está interferindo
nos equipamentos. Você não pode continuar essa busca sozinha, é suicídio. Volta até a beira do anel. Quando olha para trás, um enorme escorpião translúcido
levanta-se do chão.
Enfrentar o espírito:
vá para
o trecho 29. Fugir: vá para
o trecho 25.
24 -
Você escala
uma pilha de escombros que deveria ter sido uma casa e, quando chego ao topo,
salta. Aterrissa em um bloco instável
de concreto. Ele tomba de lado, você perde o equilíbrio
e cai. Tenta se manter em pé,
mas acaba torcendo violentamente seu tornozelo. Usa as mãos
para se apoiar e acaba soltando a arma. Você chega ao chão
depois de rolar o resto do monte, a arma caída
uns dois metros longe. Desesperada, você se arrasta em direção a ela, segura em seu cabo e se vira
no chão.
Fica paralisada. Os espíritos
estão
a não
mais que três
metros de você,
que grita quando avançam.
O som desaparece quando seu corpo tomba para o lado, inerte, sem vida. Sem
alma.
25 -
Em menos tempo do que você podia
imaginar, esta do outro lado do anel. Corre desabaladamente para fugir do espírito. Outro surge de repente do seu
lado. Você grita
e se joga para longe, levanta e corre novamente. Agora são
dois atrás
de você.
Eles atravessam as pilhas de detritos enquanto você é obrigada
a desviar delas. Cai mais uma vez. Estão
quase em cima de você,
que atira para tentar afastá-los,
mas não
surge efeito algum. Ouve, então,
um uivo, o som de patas correndo. De repente, um lobo atravessa o seu caminho,
um espírito
logo atrás
dele. Uma ideia totalmente louca surge na sua cabeça.
Saltar e agarrar o lobo: vá para
o trecho 33. Isso é loucura
demais, ele vai te matar: vá para
o trecho 24.
26 -
Você ronda
lentamente pelas ruas, olhos e ouvidos atentos a qualquer coisa. Sabe que os
lobos estão
por perto, e também
outras coisas que prefere não
encontrar. Pelo menos a maioria delas não
sairá até a
noite. Seu coração
acelera. Qualquer esquina pode estar escondendo um brilho laranja, um brilho de
morte. Uma grande praça
surge de repente. Você para
lentamente, observando ao redor. Conhece muito bem este lugar. Um enorme
arranha-céu
se destaca das construções
ao redor. O vento uiva suavemente pelos corredores de prédios,
turbilhonando-se sobre uma grande fonte seca no centro do círculo. Aquele edifício te causa uma sensação estranha. Vasculhar o arranha-céu: vá para o trecho 14. Continuar rodando:
vá para
o trecho 35.
27 -
Você se
esconde atrás
de um pequeno monte, agacha no chão
e ficoa escutando. Um suave som deslizante chega até você pelo lado errado. Quando se vira, seu
coração
repentinamente dispara. Uma grande cobra laranja se aproxima, seu corpo saindo
de uma pilha de concreto. Você corre
na direção
de onde veio, esquecendo-se momentaneamente do lobo. Mais espíritos surgem dos escombros.
Esquecendo todo o ódio,
concentra-se apenas em fugir. Só que
eles são
muitos. O lobo se aproxima de você.
Uma ideia louca te vem à mente.
Talvez seja a única
escapatória.
Ou talvez seja sua morte. Saltar no lobo: vá para o trecho 33. Isso é loucura
demais, ele vai me matar: vá para
o trecho 24.
28 -
Você olha
para trás,
perturbado com o silêncio
repentino dos lobos. Quando os vê correndo
para longe, seu coração
acelera. Um instante depois, você descobre
o motivo da fuga. Espíritos.
Você olha
para a planície,
mas ela não
é uma
opção.
Um grande escorpião
laranja se ergue lentamente do solo. Você desce correndo, de volta às trilhas de escombros, antes que
algum deles te veja. Não
está longe
demais da parte intacta e abandonada da cidade, então
corre para lá o
mais rápido
que pode, tentando se manter escondida dos espíritos.
Ouvindo os ganidos dos lobos, você consegue
chegar à suposta
segurança
dos prédios.
Agora precisa ver o que vai fazer. Procurar Alan: vá para o trecho 37. Continuar com a
missão:
vá para
o trecho 35.
29 -
Você puxa
sua arma e vai ao encontro do monstro, segurando o gatilho, fazendo os tiros saírem rapidamente, um atrás do outro. Ao tocar o espírito eles explodem, destruindo
lentamente o tecido da besta, que ruge e corre na sua direção.
Você salta
de lado, rola no chão
e volta a atirar. Ele vira e avança.
Você corre
ao seu redor, tentando confundi-lo, atirando. Ele se desintegra mais
rapidamente, até que,
com um último
grito, explode no ar. Antes que você possa comemorar, outras formas surgem
do chão,
atraídas
pelo som. Répteis
e insetos, bem menores que o escorpião,
em um número
maior, te cercando. Fugir do cerco e enfrentá-los:
vá para
o trecho 24. Voltar para os escombros: vá para o trecho 34.
30 -
Você vai
morrer, sabe disso. Talvez Alan encontre seu corpo, se estiver vivo, e, com
ele, uma nova vida para todos. Ou talvez mandem equipes de busca. De toda
forma, você será encontrada.
Tem que acreditar nisso. Precisa acreditar, para ter coragem. Você respira
fundo. Salta. O impacto das suas costas contra o vidro te tira o fôlego, mas ele se parte. Seu peso
desaparece. Você está voando,
a esperança
protegida na cápsula
das suas mãos,
a esperança
de encontrar a Gaia, o espírito
do planeta. Se esta planta pôde
nascer, significa que ela ainda está viva. Encontrando-a, talvez possa-se
ajudá-la
a curar o mundo. Pela primeira vez na vida, você se sente livre. Espanto, alegria e
decepção
tomam conta da sua mente. No momento em que está mais próxima
da morte se sente mais viva do que em todo o resto da sua existência. E sabe que isso se deve
simplesmente pela vida que pulsa entre suas mãos.
Desde que pôde
compreender tudo, o seu mundo, você busca
a existência
deste pequeno ser sem nunca desacreditar que ele existia. Mesmo sabendo que vai
morrer, você sorri.
Lágrimas
escapam dos seus olhos, e mesmo elas são
de felicidade. O sol ilumina o seu mergulho, um mergulho em direção à salvação,
salvação
da espécie
humana. Cacos de vidro brilham ao seu redor como se fossem uma chuva de prata
agraciando o renascimento da humanidade. O chão
se aproxima cada vez mais rápido.
Seu tempo está acabando.
Você não reviu sua vida, não teve flashs nem nada disso. No
momento antes de morrer, você viveu.
Fecha, então,
os olhos, esperando o impacto. Ouve uma voz. Ouve seu nome. O vento cessa. Você não sente nada. Abre os olhos e vê Alan.
"Então
a morte é assim,
tão
serena, tão
rápida?",
você pensa.
Ele sorri. A nave se ergue no céu.
31 -
Você corre
o mais rápido
que pode escadas acima. Os andares desaparecem sob seus pés,
mas logo o tamanho do prédio
começa
a levar a melhor. Os espíritos,
não
muito atrás,
com a certeza de mais uma morte certa. De repente o radar em seu punho apita.
Você se
assusta, cai e acerta-o em cheio no chão.
Pedaços
voam por todos os lados. O mundo para. Silêncio
total. O apito só podia
significar uma coisa. Pelo menos você acha que sim. Pode ter encontrado a
mais rara forma de vida do mundo. Vasculhar o andar: vá para o trecho 39. Não dará tempo, vou ser morta: vá para
o trecho 36.
32 -
Você puxa
suaa arma, deixando o ódio
tomar conta. Atira no lobo. Ele grita de dor, tropeça
e cai. O espírito
o alcança
e, com um último
suspiro, a alma do lobo é arrancada
do seu corpo. Você afunda
o dedo no gatilho e avança
para o espírito.
Ele recua, alvejado pelos disparos energéticos,
gritando de agonia, até que
desaparece no ar. Você está ofegante.
Um arrepio percorre seu corpo todo. Ao olhar ao redor, sente como se seu coração parasse, como se antecipasse o
momento que estava prestes a vir. Está cercada. Pelo menos uma dezena de espíritos ao seu redor, parados,
observando. Você deixa
a arma cair. Já está sentenciada.
Está morta.
Os espíritos
avançam
todos ao mesmo tempo.
33 -
O tranco que recebe ao se agarrar ao lobo quase te faz soltá-lo, mas você consegue continuar segurando seu
pelo. Ele nem pareceu notar que está carregando um peso extra, tamanho o
medo do animal. Ele é rápido, bem rápido.
Os espíritos
logo ficam para trás
enquanto vocês
se aproximam da parte desabitada e intacta da cidade. Você se solta antes que a besta perceba
que não
está sozinha
e tente te matar, entra no primeiro prédio
que vê,
arma na mão,
atenta a qualquer sinal da aproximação
de espíritos.
Dentro do prédio,
uma surpresa. A moto de Alan, totalmente destruída.
Investigar: vá para
o trecho 37. Continuar as buscas pela cidade: vá para o trecho 35.
34 -
Você corre
para longe da planície,
para longe dos espíritos,
mas eles vão
atrás
de você.
Destrói
dois deles, mas ainda sobram dois, e são
bem rápidos.
Você muda
de direção
várias
vezes, tentando enganá-los.
Eles simplesmente atravessam os detritos como se não
tivessem matéria.
Você dá seu
máximo,
entretanto, parece que não
vai ser o suficiente. Estão
quase te alcançando.
De repente, você ouve
outra respiração,
o que só indica
outro ser vivo. Um lobo surge de um corredor de destroços
ao seu lado. Ele vai passar bem sua minha frente. Uma ideia louca e perigosa
surge de repente na sua mente. Saltar no lobo: vá para o trecho 33. Isso é loucura
demais, ele vai me matar: vá para
o trecho 24.
35 -
Você continua
procurando. Anda meio que a esmo pela cidade, sem um destino definido, buscando
algum sinal de lobos, espíritos,
de qualquer coisa. Algum sinal de esperança.
Por mais que esta missão
já tenha
saído
completamente dos trilhos, você não pode desistir de procurar,
simplesmente não
pode. Se perder a esperança,
está tudo
acabado. Depois de algum tempo, encontra algo um tanto perturbador: uma faca caída no meio da rua, sangue fresco
manchando sua lâmina.
Alan está em
perigo. Você precisa
ajudá-lo.
Olha ao redor e percebe onde está.
Novamente a praça,
aquela praça,
aquele prédio.
Ir atrás
de Alan: vá para
o trecho 37. Entrar no prédio:
vá para
o trecho 14.
36 -
Você começa a correr, puxando sua arma. Hesita,
dividida pela dúvida.
Dúvida
esta que não
podia haver neste momento. A hesitação
no meio de uma guerra leva apenas à morte.
Um espírito
surge vagarosamente do chão
à sua
frente, quase preguiçosamente,
como se não
tivesse pressa de te matar. Você paralisa
por meio segundo. Quando finalmente reage, não
há mais
tempo. O brilho laranja já está por
todos os lados. Você fecha
os olhos. Uma lágrima
rola pela sua face. Um pedido de perdão
se prende à garganta.
Entrega-se à morte.
37 -
Você precisa
encontrá-lo
logo. Sabe que se ele estivesse no seu lugar, iria atrás
de você,
portanto, pode abandoná-lo
desse jeito. Um senso de urgência
toma conta de você,
que começa
a correr pelas ruas. O sol está começando a baixar no céu, já.
Você não tem muito tempo, se quiser
realmente continuar viva. Não
pode deixar a noite te pegar do lado de fora do campo de proteção. Você chega à divisão
entre as duas partes da cidade, a abandonada e a destruída.
Um baque mental te atinge. Você conhece
este lugar, ele está marcado
na sua memória,
no seu passado. Marcado com sangue. “Corra!”, diz o eco do passado. E Você está paralisada. Flashback: vá para
o trecho 15. Concentrar-se na busca pelo Alan: vá para o trecho 38.
38 -
Você fecha
os olhos e respira fundo. Tem que se focar. Alan precisa de você, a vida dele depende disso. Você não pode falhar. Enfim, assume o
controle e abre os olhos. Nesse instante, um bipe corta o silêncio de morte da cidade. Inimigos.
"Porque logo aqui, logo agora?", você pensa e sai do meio da rua, olhando
para a direção
de onde o ponto vermelho no radar se aproxima. Pelo menos é apenas um. Um segundo depois um
grande lobo surge no seu campo de visão.
Seu sangue ferve na mesma hora. Atrás
dele, a forma alaranjada de um espírito.
Isso faz com que repense um pouco a situação.
Enfrentá-los
mesmo assim: vá para
o trecho 36. Deixá-los
passar: vá para
o trecho 27.
39 -
Você entra
correndo pela porta que sai das escadas. Seus olhos correm pela devastação do ambiente sem se importar. Estão focados em apenas uma coisa, a única que importa. Você corre
por entre mesas e cadeiras quebradas, buscando, procurando. Até que
sente o cheiro. Cheiro de terra. Sobre uma mesa, um punhado dela. No alto, uma
goteira. Entre os dois, uma pequena folha. Um reflexo laranja te desperta.
Enfrentar os espíritos:
vá para
o trecho 36. Proteger a planta: vá para
o trecho 40.
40 -
Você enfia
as mãos
por baixo da planta, enchendo-as de terra úmida
e corre em direção
a uma das grandes janelas do prédio.
A esperança
de toda a humanidade vive fragilmente nas suas mãos,
e parece que não
você não tem chance de conseguir escapar, até que
começa
a entrar em desespero. Olha pelo vidro. Pelo menos uns quinze andares te
separam do chão.
Olha para trás.
Um escorpião
laranja entra calmamente na sala. Você fecha os olhos e reza, segurando
delicadamente aquela minúscula
vida nas palmas das suas mãos.
Uma lágrima
cai na terra. Atirar-se pela janela: vá para o trecho 30. Tentar despistar os
espíritos
no prédio:
vá para
o trecho 36.